Blog do Victor Martins
F1

Terra da Peste do Buda, 2

SÃO PAULO | Negócio vai ser rápido hoje, diferente dos mais de 100 minutos e 100 emoções deste GP da Hungria aí. Aconteceu o previsto, Hamilton dominou, segurou o ímpeto de Raikkonen que nem foi tão impetuoso assim, 25 pontos na conta e passa a régua. A corrida em si foi uma exceção quando a […]

SÃO PAULO | Negócio vai ser rápido hoje, diferente dos mais de 100 minutos e 100 emoções deste GP da Hungria aí. Aconteceu o previsto, Hamilton dominou, segurou o ímpeto de Raikkonen que nem foi tão impetuoso assim, 25 pontos na conta e passa a régua. A corrida em si foi uma exceção quando a gente pensa em 2012 como um todo. Nada de relevante aconteceu. Aliás, seria relevante a F1 pensar em tirar férias no período olímpico. Só serviu para tirar as atenções das competições coubertinianas.

Hamilton largou direitinho e bastou. Abriu uma diferença boa nas duas primeiras voltas para que ninguém viesse lhe encher a paciência com a asa aberta. Foi o que fez para Grosjean, que se manteve à frente de Vettel – e se deste esperava, por estar na parte limpa, uma largada melhor, eis que o alemão perdeu o terceiro lugar para Button.

Dois que largaram bem foram Webber e Senna. O primeiro saltou, tal como canguru em Bathrush, de 11º para sétimo. Bruno passou Massa e tinha até tração e ação para brigar pela posição de Alonso na curva 2, mas freou 754 m com antecedência e acabou perdendo terreno para o próprio Webber. Viria o troco mais tarde.

Os boxes definiram tudo. Vettel tomou o terceiro de Button lá, Alonso perdeu o quinto para o então morno Raikkonen, Webber, Senna e Massa seguiam atrás, mas separados entre si. Na segunda, o Vodka Finlândia fez um trecho muito mais longo e foi ganhando tempo quando os demais começavam a se atrapalhar na mistura do bololô. Resultado: apareceu em segundo, emparelhando na saída dos pits com Grosjean. Quase se tocaram. Aí falaram algo no rádio pra ele, que soltou: “Kimincomoda?”, e seguiu para tentar caçar Hamilton.

Aí Kimi colou em Hamilton com rapidez e segurança, dando uma grande esperança para a vida noturna de Budapeste, e empacou. Fim. Resultado semelhante ao do Bahrein, com a diferença que lá foi Vettel o vencedor. Grosjean, assim, completou o pódio.

Vettel tentou até um bote no fim da corrida parando pela terceira vez e andando em ritmo de classificação, mas não funcionou. Aliás, a tática da Red Bull também foi chamar Webber três vezes para os pits. Depois viu na tela de sua telemetria: ERROR. Caiu atrás de Senna, que nem por um, hã, doce de coco sairia da frente dele. Bruno terminou em sétimo, pontuando pela sexta vez no ano – contra duas de Maldonado. Bom desempenho, sólido. Não há do que se queixar dele, enquanto Pastor tomou a sexta punição do ano, mais uma dessas viadagens absurdas dos comissários da velhaca FIA. Mas Pastor precisa rezar um pouco. A fama tem lhe feito mal.

Massa foi nono. Fez nada para ser oitavo, sétimo, sexto. Dois pontos mais, tem 25 no total. 25. A pontuação de uma vitória. Em 11 etapas. Não tem jeito, negada, Felipe não fica na Ferrari. Não dá para um piloto Ferrari ter isso como resultado. Não fecha a conta no balanço da equipe. Não traz lucro. Dizem até que a Ferrari está atrás de Kimi para que ele volte. Mas ao que parece, qualquer um que sente lá vai fazer algo mais produtivo em 2013.

Alonso aumentou mais um pouco a diferença no campeonato, 40 para o australopiteco (164 a 124) e vai lá curtir as férias sem muitos chiliques. A Red Bull precisa repensar suas estratégias e ver se esse Webber aí quer ser o que foi até o GP da Inglaterra ou o de 2012. Vettel se aproximou um pouco, 122, Hamilton tenta permanecer na briga, 117, Raikkonen vem na toada, 116. Pessoal precisa de um descanso, merecido. A quem vê, é só uma pausa para recarregar as expectativas para a segunda metade do campeonato. E também para esquecer este aborto automobilístico em solo húngaro.