Blog do Victor Martins
F1

Terra da Peste do Buda

SÃO PAULO | Teve uma frase de Button na semana passada, logo após a corrida em Hockenheim, que ajuda a explicar o que aconteceu hoje ehm Hungaroring: “Nós já temos o carro mais rápido”. Não foram bem essas palavras, confesso, mas foi isso, dizendo que tinha carro para vencer e que sua posição de largada […]

F1 Grand Prix of Hungary - Qualifying" src="https://victor-martins.grandepremio.com.br/wp-content/uploads/2012/07/149434558-1024x682.jpg" alt="" width="372" height="247" />SÃO PAULO | Teve uma frase de Button na semana passada, logo após a corrida em Hockenheim, que ajuda a explicar o que aconteceu hoje ehm Hungaroring: “Nós já temos o carro mais rápido”. Não foram bem essas palavras, confesso, mas foi isso, dizendo que tinha carro para vencer e que sua posição de largada ali na parte final das posições do Q1 influenciou no seu resultado. E como Hamilton teve a zica do pântano de ter furado um pneu logo no começo da prova, ninguém prestou muita atenção na evolução da McLaren.

Pois bem. Aí a negada chega na Hungria, com um sol de fazer Diogo Kotscho ir brincar no toboágua, com Alonso em alta e tudo mais e a dupla da Red Bull na caça. Hamilton enfia a tunga nos treinos livres, OK. Chega na classificação, rapaz, e o cara é o mais rápido com os pneus mais duros diante dos apelões com macios logo na primeira parte do treino. Quem foi esperto – não posso dizer quem – logo abriu estes sites de apostas aí e aplicou um bom dinheiro nele. Foi só esperar a bandeirada e ver ali na tabela quase meio segundo pros restos mortais dos demais.

Adendo: Hamilton economizou um jogo de pneu tanto no Q1 quanto no Q2. Reserve.

Grosjean em segundo coroa o bom desempenho dessa Lotus que sempre tá na bica para aproveitar algo. Aliás, a temporada da equipe me lembra a da BAR em 2004, com Button sendo o líder do time. Os caras fizeram um baita carro na mão de David Richards, só que a Ferrari era tão melhor que não dava uma chancezinha para os caras. Quando não dava para Schumacher, era Barrichello quem vencia. A Lotus tem um baita carro, muito melhor que o da Williams ou da Mercedes, que já venceram, mas tudo desalinha quando eles tentam ser os melhores. Raikkonen, veja só, é quinto ali, bem próximo. Falta uma pitada de sorte. Ou, no caso, achar meio segundo.

Vettel honrou os taurinos ao se pôr em terceiro. Foi mais no braço do que por outra coisa. O carro não tá lá essa maravilha toda, não, tanto que Webber foi 11º – ô, o Webber de 2011, voltô? E é um tanto melhor que tenha sido superado por Grosjean no fim do treino para que largue do lado limpo da pista. A Hungria é, talvez, o lugar pior para quem larga na posição par. Button sai em quarto, 0s6 atrás de seu parceiro de Team GB. A rainha vai ter de cair do helicóptero e abençoá-lo com o rabo real para que ele consiga uma medalha entre os três primeiros na corrida.

Massa ficou pouquíssima coisa atrás de Alonso, e as Ferrari largam em sexto e sétimo. E não parece que nas condições secas tenham condições de brigar por algo muito além, não. Mas tem a chuva que pode mexer tudo, sacumé, e o rei Juan Carlos já abençou a Chiliquenta há muito tempo com a sorte da realeza. Depois vem a dupla da Williams, e se parecia que Senna livraria boa frente para Maldonado no fim de semana, eis que veio o Pastor e nada o salvou. Bruno errou na melhor volta de seus pneus no Q3, mas enfim foi ao Q3, e ao Q3 não ia desde Interlagos no ano passado.

Kotscho está até agora comemorando na piscina do wet’n’wild da capital magiar. Bruno tem uma boa chance amanhã de fazer o que vem falando desde não sei quando: pontuar bastante tendo uma posição de largada decente. O carro da Williams tá bem acertadinho. Dá pra pensar em algo bom. E Grosjean não larga perto dele.

Agora pare: pegue o que foi reservado acima. Hamilton tem pneus novos sobrando e está sobrando. Na 11ª corrida da melhor temporada que já se viu, tão equilibrada e tudo mais, nunca foi tão fácil apontar um favorito – o curioso é que, nesta altura do campeonato, o foco voltou a ser a McLaren, que vinha fraquinha, e Hamilton, desnicolezado scherzingermente. Só que pode chover, e se bem me lembro, na mesma Hungria, Hamilton já perdeu uma prova ganha com a água na pista. E o campeonato já nos ensinou isso: se tem água, é Alonso.

Pelo sim, pelo não, soma aqui, sobe ali, vai um, dá Lewis.