Blog do Victor Martins
F1

Terra do Dunnet Head, 3

SÃO PAULO | A chuva passou longe durante a corrida, e mesmo assim deu Webber. Mais ao longo dos dias, faz-se necessária uma análise sobre Webber, que envolve Button e, de certa forma, menor, Massa. Deu Webber no fim de uma prova que parecia de Alonso pela configuração das primeiras voltas e até mesmo dos […]

<a href=F1 Grand Prix of Great Britain - Race" width="446" height="294" />SÃO PAULO | A chuva passou longe durante a corrida, e mesmo assim deu Webber. Mais ao longo dos dias, faz-se necessária uma análise sobre Webber, que envolve Button e, de certa forma, menor, Massa. Deu Webber no fim de uma prova que parecia de Alonso pela configuração das primeiras voltas e até mesmo dos primeiros trechos, e pelo momento que atravessa, Markola vem para ser o grande adversário de Alonso na briga pelo título.

Quando a pista seca permitiu que as equipes definissem com qual pneu deveriam largar, a escolha dos pneus duros para Alonso o punha como presa fácil de Webber e cia. nas primeiras voltas, já que a tendência era que os rivais andassem mais rápido com os macios. Só que não: foi Alonso quem começou a se dar melhor, bem como Hamilton mais atrás — ainda que não conseguisse evoluir além de sétimo ou oitavo — e Kobayashi, então mitando. Quem vinha bem usando as borrachas mais moles eram Massa e Pérez. Felipe ganhou a posição de Vettel na largada e partiu para cima de Schumacher e Ligeirinho vinha escalando o pelotão até comboiar Hamilton.

Aí as estratégias começaram a atuar, sendo que Vettel abriu a sequência de pits para pegar pneus mais novos e andar rápido para evitar Schumacher. Nesta, lucrou até ganhando o posto de Massa. Pérez tentou o mesmo, mas encontrou um Maldonado no meio do caminho.

Entenda-se: Maldonado é um piloto rápido demais. A vitória que teve em Barcelona foi notável. Só que, desde então, foram quatro corridas, nenhum pontinho. Acertou o mesmo Pérez em Mônaco – e tomou punição –, não rendeu no Canadá, encheu Hamilton em Valência – novamente penalizado – e agora repetiu a dose. Aí vem a dona FIA, que adora dar lição de moral, e quando se espera dela algo enérgico, taca uma multa e uma advertência em decorrência “da natureza séria do incidente”. Apamerda, vai. É uma falta de critério absurda. Taca logo uma suspensão de uma corrida logo que sossega o facho – ou senão deixa de ser hipócrita e leniente.

Seguindo, mais calmo, depois de um chá de camomila: Alonso e Webber foram para a segunda parte da corrida com o mesmo tipo de pneus, e a distância que estava entre 4 e 5 segundos foi mantida. Já se notava que o bote seria dado na parte final, quando la Chiliquenta teria de pôr os macios. A Red Bull chamou o australiano antes para os pits, permitindo que a diferença caísse para menos de 3 quando Don’t Call My Name, Don’t Call My Name, Fernando retornou à pista. Aí Webber encheu a bolsa de canguru de vontade e foi buscar a segunda vitória no ano. Nada mal para um segundo piloto, ele disse, pra si mesmo desta vez.

Vettel continuou ali em terceiro, garantindo os máximos pontos que poderia na tarde britânica. Massa chegou a ser acossado por Raikkonen no fim, que deu uma erradinha a duas voltas necessária para o sossego do brasileiro. Melhor atuação no ano e nos últimos tempos. O passão em Schumacher foi bem legal. Repetindo ontem, é um piloto bem diferente daquele com o qual o povo até acostumou e que pode até sonhar com mais um rabisco de contrato. Ainda tem de mostrar mais, óbvio, mas já é um desempenho que tira o peso da paleta. Quanto a Raikkonen, ele soltou, depois de mais um resultado sem ser o primeiro lugar: “Kimimpede de vencer?”

Grosjean se recuperou bem de mais um contratempo em primeira volta e terminou em sexto, com Schumacher e Hamilton atrás. Afe. Senna ficou em nono depois de brigar boa parte da corrida com Hülkenberg. Bom que termine nos pontos, mas, sei lá, foi uma prova bem apagada, na real. Nada muito brilhante e além. Button, então, décimo. O estilo lorde de ser tem sido uma catástrofe. Mito terminou em 11º, sendo que poderia ser sexto ou sétimo. Fez um strike lá nos pits, acertou um punhado de mecânicos – e tomou uma punição maior que a dada a Maldonado. A FIA merece ser a mãe da CBA, mesmo.

A corrida em si não foi das mais brilhantes – mas não foi ruim, não. Sinal de que a F1 tem tido um ano dos sonhos. Alonso tem 129, Webber vai a 116, Vettel pula para 100 e Hamilton só está com 92. A McLaren está mal, então o negócio deve começar a se encaminhar para os três primeiros. Só que Webber está numa fase melhor. De novo: Webber não é brilhante. Mas pode repetir a campanha de 2010 que o levou a briga até a última corrida. Por enquanto, tem feito por merecer.