Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

Farra do boi

SÃO PAULO | A Lei do Incentivo ao Esporte tem lá seus valores por princípios, mas virou uma verdadeira válvula de escape para desvios, maracutaias ou mesmo uso indevido do dinheiro público para situações e histórias de gente que nem deveriam ousar pensar em debruçar sobre esse artífice do governo. Lá no blog do José […]

SÃO PAULO | A Lei do Incentivo ao Esporte tem lá seus valores por princípios, mas virou uma verdadeira válvula de escape para desvios, maracutaias ou mesmo uso indevido do dinheiro público para situações e histórias de gente que nem deveriam ousar pensar em debruçar sobre esse artífice do governo.

Lá no blog do José Cruz, no UOL, dois casos são absolutamente sintomáticos envolvendo o automobilismo: o da escola de formação de pilotos de Galvão Bueno e o incentivo à carreira de Pietro Fittipaldi, que acabam por levar cerca de 3 milhões de dilmas dos cofres.

Nem Galvão nem Emerson Fittipaldi, apoiador da carreira do neto, usaram de meios ilegais para terem êxito e a graça alcançada. Os trâmites para que se consiga são até burocráticos, existe uma espécie de licitação entre todos os itens envolvidos necessários para que o TCU avalie e aprove. Mas digamos que os dois, se querem realmente ajudar o automobilismo, dispõem de recursos financeiros particulares suficientes para tal. No caso de Emerson, ainda, tem o adendo de que Pietro mal mora no Brasil.

Todo mundo sabe que o automobilismo é um esporte deveras elitista e que carece de incentivos vindos de empresas e/ou patrocínios. Mas a lei, do jeito que está, virou um subterfúgio absolutamente imoral para que se lucre em cima sem que se gaste um tostão. Emerson e Galvão, profissionais altamente bem sucedidos nas carreiras, têm plenas condições de tocar seus planos sem precisar do governo brasileiro, que deveria estar mais preocupado e atento a outro tipo de iniciativas que promovam o esporte nacional, formando atletas e transformando vidas de gente que não tem um milionésimo da grana dos dois.

Dando 3 milhões assim, de mão beijada, o governo apenas agracia, sem mérito, uns poucos.

Adendo 1: o Luciano Monteiro me lembra que há uma outra aprovação em favor de Emerson Fittipaldi, no nome de seu instituto, no valor de 15,2 milhões de dinheiros nacionais, para que se faça uma tal de Copa do Mundo do automobilismo. É demais…

Adendo 2: o pulha Ivan Capelli me falou que Galvão decidiu abdicar do dinheiro, via ONG, assim que a história vazou à imprensa, como mostra a reportagem da Folha de S.Paulo