Blog do Victor Martins
F1

Pressão, capítulo X

SÃO PAULO | A de hoje foi a terceira ou quarta entrevista recente em que a Ferrari bateu na tecla de que 2012 é crucial e imprescindível para a vida de Massa. Mas hoje lá em Madonna di Campiglio, no evento anual Wroom, Stefano Domenicali, chefe da escuderia italiana, acrescentou que Felipe “quando está sob […]

SÃO PAULO | A de hoje foi a terceira ou quarta entrevista recente em que a Ferrari bateu na tecla de que 2012 é crucial e imprescindível para a vida de Massa. Mas hoje lá em Madonna di Campiglio, no evento anual Wroom, Stefano Domenicali, chefe da escuderia italiana, acrescentou que Felipe “quando está sob pressão, é melhor”.

Até entendo que haja gente, e não é pouca, que produza mais quando o calo lhe aperta. Mas esse tipo de declaração/revelação do chefe sobre seu funcionário, que vai botando mais peso sobre as costas de Massa, acaba sendo até meio que vexatória para o brasileiro. É como se o dirigente abrisse ao mundo que um piloto que dirige o carro da equipe de maior história da F1 só funciona sob uma condição específica. Aos olhares mais críticos, é mais um motivo grande para atacar: alguém que guia aquele modelo vermelho tem sempre de ir bem em qualquer situação, cáspita.

E Massa não vai nada bem há dois anos, e por isso chegou a este ponto.

Ser o pior dentre os melhores nas temporadas que se seguiram a seu acidente vai deixar marcas muito grandes na carreira de Massa. A Ferrari, que não ganha um título desde Raikkonen — num ano em que não esperava ser campeã —, tem feito uma série de contratações de peso e desfalcando as outras equipes, menos a Red Bull, para ajudar sua dupla. É claro que se espera de Alonso que vá para as cabeças brigar com Vettel e a McLaren. Incentivado a fórceps, Felipe vai ter de fazer o mesmo.

E mesmo que engate uma sequência de boas corridas nesta longa temporada de 20 corridas, uma ou outra não vai sair a seu gosto — e ao gosto da cúpula. É aí que o negócio vai apertar. Luca di Montezemolo e seus comandados devem ter lá sua meta especial para Massa. Se passar um número X de atuações abaixo da crítica, o presida não vai tardar em pegar o telefone para ligar para números que já tem anotados ali em sua agenda. Primeiro o de Kubica. Depois, Rosberg.