Blog do Victor Martins
F1

A queda de um império

SÃO PAULO | Era Sutil, certeza, depois o nome de Senna ventilou com força principalmente pelos lados aqui da imprensa brasileira, e agora a mídia inglesa (Andrew Benson, da BBC) informa que Barrichello ainda aparece com chance razoável para ficar — no caso manter — a segunda vaga da Williams para 2012. Já estamos em […]

SÃO PAULO | Era Sutil, certeza, depois o nome de Senna ventilou com força principalmente pelos lados aqui da imprensa brasileira, e agora a mídia inglesa (Andrew Benson, da BBC) informa que Barrichello ainda aparece com chance razoável para ficar — no caso manter — a segunda vaga da Williams para 2012.

Já estamos em 2012, ao que me consta, e se o ano ainda não engatou para muita gente, só o fato de a equipe não ter definido seu elenco principal antes da virada denota o quanto se perderam por lá. Outrora mina da categoria, o time de Frank Williams esgotou todo seu ouro e não consegue desbravar outros lugares porque todas as suas escavações não dão certo — e parou no tempo.

O último esforço que a Williams fez para ser notória aconteceu em 2009, quando nas mãos de Rosberg firmou-se como quinta força e optou pelos serviços de Barrichello no ano seguinte para que a experiência do brasileiro fizesse valer algo. Mas o casamento não deu certo, e com restrições orçamentárias a coisa desandou.

A equipe abriu-se de vez ao capitalismo dos pilotos, e Maldonado tirou o bom Hülkenberg de cena. Ao mesmo tempo, deu um passo ousado financeiro: entrar na Bolsa de Valores. No fim das contas, teve como resultado uma pífia campanha, a maior de sua história recente. Como resultado, viu ir embora um de seus cofundadores, Patrick Head, e um de seus nomes mais importantes na cúpula, Sam Michael, além da queda do patrocinador principal, a americana AT&T. Tentou o golpe de misericórdia ao resgatar Raikkonen à F1, mas os desejos do finlandês — uma parte acionária e um salário de especulados 12 milhões de dinheiros europeus — impediram. Aí, optou por um claro leilão de sua outra vaga.

A Williams se assemelha à HRT na questão da definição de seu outro piloto, ainda que na antiga Hispania a situação até pareça um pouco mais clara: a nacionalidade espanhola parece estar acima de tudo para que se forme um time absolutamente caseiro. O time ainda sonha em ter o banco nacional do Catar como seu apoiador máster enquanto conta as cifras de quem mais tem a dar de grana. Seja Sutil, Senna ou Barrichello, qualquer um dos três há de sofrer para tentar reerguer um império absolutamente ruído.