Blog do Victor Martins
F1

Os top-3

SÃO PAULO | Pode ser que este seja o último post de 2011, e desde já faço aqueles votos de sempre: um grande 2012 a todos vocês leitores, assíduos ou perenes, muita paz, saúde, felicidade, sucesso, força e inteligência. Estive pensando nestes dias nos melhores e piores momentos do esporte a motor neste ano, e […]

SÃO PAULO | Pode ser que este seja o último post de 2011, e desde já faço aqueles votos de sempre: um grande 2012 a todos vocês leitores, assíduos ou perenes, muita paz, saúde, felicidade, sucesso, força e inteligência.

Estive pensando nestes dias nos melhores e piores momentos do esporte a motor neste ano, e resolvi fazer uma listinha pequena, de três cada, com uns breves comentários. Os senhores, pois, tratem de comentar.

Melhores

1) A Indy 500. Essa eu dei uma sorte daquelas. Viver aquilo foi espetacular. Foi uma espécie de continuação do que aconteceu naquele GP do Brasil de 2008, a curva final, a decisão de um título/uma vitória. Lá pela volta 170, lembro que estava preparando a reportagem da corrida totalmente voltado a mais uma conquista de Dario Franchitti. Parágrafos iniciais já estavam escritos, e a exaltação ao escocês estava ali pelo domínio absoluto da prova. As mudanças começaram a vir como efeito-cascata, a ponto de pensarmos que um não muito conhecido Bertrand Baguette venceria pela equipe de Bobby Rahal e David Letterman, apontando um final não muito aprazível ao público para uma prova de comemoração centenária. Aí pintou JR Hildebrand bem na parada, com um desempenho sólido durante a prova inteira e uma equipe que buscava acabar com o estigma de ter sido segunda nas últimas três edições, duas delas com Dan Wheldon.

Naqueles instantes finais, a sala de imprensa em Indianápolis pôs-se de pé tal como as arquibancadas que empurravam o rapaz americano de uma equipe com sede em Indiana e cores da Guarda Nacional. A volta 199 seria meramente um último desfile. Não fosse a última curva.

Numa análise mais distante agora, o grito do povo é que foi o mais marcante em tudo aquilo e durou o tempo que Wheldon levou para ultrapassar Hildebrand e ganhar a corrida. Nesta análise ainda distante, considerando tudo que aconteceu depois, Hildebrand tinha de bater pra Wheldon vencer sua última corrida. “Baby, I love you so much…”

http://www.youtube.com/watch?v=I1casrwu4mw&feature=fvsr

2) O GP do Canadá. Foi o exemplo perfeito do quanto Jenson Button é bom, um acepipe do que ele fez com Rubens Barrichello em 2009 na Brawn, na disputa particular pelo título que nunca esteve próximo do brasileiro. Em 2010, era para Button também ter disputado o título com Alonso, Hamilton, Vettel e Webber no seu jeito constante e garboso. E neste ano só não o fez porque… bem, porque Vettel está em estado de graça.

Voltando à corrida, aquela que teve 4h, Button saiu de último na prática para uma vitória na última passagem, contando com um erro de Vettel, seu primeiro no ano. Se teve uma conquista merecida na F1 neste ano, certamente Montreal foi o palco ideal.

3) A ultrapassagem de Webber sobre Alonso em Spa-Francorchamps. O nível dos dois pilotos este ano foi de um tom maniqueísta. Mas Webber pelo menos demonstrou vida e garra e ser melhor que Alonso naquela disputa anterior à subida da Eau Rouge.

Creio que não haja muito mais a dizer, a não ser que Webber só teve dois ou três momentos de brilhareco como este em 2011, enquanto Alonso se firmou como monarca absoluto na Ferrari.

Piores

Posso resumir tudo em um texto só: as três mortes, de Gustavo Sondermann, Wheldon e Marco Simoncelli.

A primeira é mais revoltante porque se tratou de uma repetição do que havíamos visto em 2007 com Rafael Sperafico, por essa gente que monopoliza o esporte e o trata como um viés meramente financeiro. Quase nove meses depois, nada foi feito na prática para que a situação não volte a acontecer: a tal chicane em Interlagos é só um paliativo. E como hão de matar a Copa Montana no fim do ano que vem, ninguém vai investir uma pataca (uia!) para que o carro mude tecnicamente.

Wheldon foi a mais absurda das fatalidades. A corrida em Vegas foi uma falha em termos promocionais e se viu obrigada a mudar de tática para que, além da decisão, tivesse um outro atrativo. Fez de Wheldon uma roleta de 5 milhões de dinheiros americanos, e se vencesse davam metade para um torcedor na arquibancada. Poucas voltas, um acidente múltiplo, e Dan me bate a cabeça no alambrado depois de decolar e morre instantaneamente. A vida tem dessas…

E uma semana depois do acidente de Wheldon, acontece com Simoncelli, o piloto mais perto do estrelato que a MotoGP vinha formando.