Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

O rali de amigo secreto

SÃO PAULO | Neste momento em que escrevo, ainda não acabou o Rally de São Paulo, que tem Barrichello como organizador, mas percebo que o evento, se quiser ter vida longa, vai ter de ser bem repensado. Amanhã, ou depois que o ano virar, o piloto e seus sócios nesta empreitada deveriam sentar e apontar […]

SÃO PAULO | Neste momento em que escrevo, ainda não acabou o Rally de São Paulo, que tem Barrichello como organizador, mas percebo que o evento, se quiser ter vida longa, vai ter de ser bem repensado. Amanhã, ou depois que o ano virar, o piloto e seus sócios nesta empreitada deveriam sentar e apontar os muitos erros deste desafio de campeões. Pelo Twitter, perguntei o que o povo tinha achado. Algumas respostas:

@PauloTohme: bosta, sério. Pista ruim, carros idem. Tudo em primeira marcha.

@luirmiranda: achei que a pista ficou travada demais… Mas está bem legal de assistir!

@ademir710: Uma farsa.

@joaobljr: acho que concorreu com o Santos, o handebol, o último domingo antes do Natal e a falta de divulgação. até o handebol teve mais público!

@minatelk: parece que ninguém foi ver o evento.

O amigo Anderson Giorge, do Terra, matou uma das questões. “Foi feito de forma muito acelerada e atabalhoada”. O Luis Tucci completou: “Foi feito em cima da hora e não teve a divulgação que merecia. O Bruno Valle, que foi ontem, criticou: “Os horários foram inexistentes. Um desrespeito ao público, desencabei de ir hoje”, e o Wilmor Henrique foi na mesma linha: “Tem que perguntar também se eles queriam que alguém fosse. Talvez a grana do pratocínio e os baba-ovo de sempre bastassem”. Isso porque as arquibancadas estavam absolutamente vazias.

O Pablo Peralta mencionou o preço, e é claro que isso contribuiu: 120 dinheiros nacionais são extremamente salgados para um programa que faz sua estreia. O público só tomou conhecimento do Rally de São Paulo a partir do GP do Brasil, ou seja, foram apenas três semanas para que tudo se aprontasse. Confesso não ter visto nenhuma divulgação ou propaganda. Não tiveram a alma do negócio. O Felipe Mazorca até deu a ideia: “O Luciano Huck deveria ter vendido entrada no site de compra coletiva…”

Até o Luiz Sergio Santos, o popular Zé, que é primo de Barrichello, acredita que deste jeito o negócio não vai e deu duas ideias: trocar por carros 4×4 e fazer em duplas.

Ainda, me informam as repórteres Evelyn Guimarães e Juliana Tesser que não se tinha informação de nada. Ontem à noite, às 10, ninguém sabia que hora terminaria. Nem cronometragem funcionava.

Assim, um evento mal promovido, caro para o público, com carros que não são de rali, numa pista nada apropriada e um formato de competição errado. Some-se a isso ao temporal que transformou tudo num lamaçal. É uma patacoada e um fiasco. Organizar algo deste tipo e ter a iniciativa é louvável, mas requer um estudo profundo, e faz-se completamente necessário pensar nos pormenores. Não é simplesmente fazer às pressas por fazer. Porque ninguém vai ver e ninguém quer ver. Vira só um negócio corporativo para os amigos e astros de calibre duvidoso.

Quase uma brincadeira de fim de ano que faz parte de um Amigo Secreto.