Blog do Victor Martins
F1

Restou um

SÃO PAULO | E deu Grosjean na outra vaga livre da Lotus, deixando os abastados Petrov e Senna na mão. Aliás, o que mais surpreende no comunicado da equipe é que os dois foram enxotados, no discurso indireto de Eric Boullier (“desejamos o melhor para eles no futuro”). É mais uma amostra daquele já falado […]

SÃO PAULO | E deu Grosjean na outra vaga livre da Lotus, deixando os abastados Petrov e Senna na mão. Aliás, o que mais surpreende no comunicado da equipe é que os dois foram enxotados, no discurso indireto de Eric Boullier (“desejamos o melhor para eles no futuro”). É mais uma amostra daquele já falado desespero da equipe quando se viu sem Kubica e começou a dar vários tiros durante a temporada porque não havia como alguém sentar a bunda ali e desenvolver o errático carro de 2011.

Notem: em um ano só, a Lotus conseguiu terminar com a carreira de Heidfeld, mandar Petrov pro olho da rua picando seu contrato para o ano que vem e limando Senna. E a aposta dela para 2012 é em um piloto que tem dois anos de hiato na categoria e uma verve alcoólica aflorada e outro que a empresa em si demitiu no mesmo período e que resgatou colocando-o para fazer alguns treinos livres este ano. Tá todo mundo lôco, ôba.

E Brasilino Pacheco deve ter tomado um antidepressivo hoje. As chances já eram diminutas, mas como torcedor ávido e ainda com um resto de racionalidade que lhe restava, tinha noção de que Senna estava melhor que Barrichello na fita da F1. Não há mais para onde ir e o que fazer, enquanto titular, para 2012. A vaga da Williams é de Sutil, e qualquer outra notícia ou confirmação fora disso é zebra — por isso que a Force India e a própria Williams deram pra trás em seus anúncios durante o GP do Brasil; o dinheiro ainda deve estar para cair na conta jurídica de Grove; isto também mata a esperança de Rubens.

Pacheco, que não desiste nunca, ainda vê uma porta se abrindo na Toro Rosso, mas ali é reduto Red Bull. Alguersuari foi bem demais este ano, e a petrolífera Cepsa, que tem uma parte na equipe, é espanhola. Buemi e Ricciardo, no máximo Vergne, abocanham a outra. Então, o que fica para o ano que vem é só Massa e nada mais.

Petrov e Senna, fontes rígidas de patrocínios, vão ter de tocar a vida severina. O primeiro se entregou dias atrás: “Eu me considero um novato ainda”. Apamerda. Dois anos de F1, e o camarada me solta essa. O máximo que vai conseguir é encher a vida de Glock na Marussia para arrancá-lo de lá e fazer figuração na F1. O outro, coitado, ainda não teve a oportunidade propícia para mostrar o que pode — sete corridas, como um todo, é pouco. Que mire no próprio exemplo de Grosjean, posto no cadafalso assim que a Renault pôs Piquet para correr e parecia fadado ao limbo depois de, vejam só, sete corridas, e que soube se reconduzir à F1 vencendo a AutoGP e a GP2. Senão, há um mundo muito bom lá fora em que ele possa ser feliz.