Blog do Victor Martins
F1

Kubica e a Ferrari

SÃO PAULO | Há dois anos, a Ferrari se via na seguinte situação: o carro não era bom o suficiente para brigar com Brawn e Red Bull e só uma vitória na temporada é o que a equipe apresentava de melhor. Ainda, a equipe ainda sentia os efeitos da saída abrupta de Massa por seu acidente na […]

SÃO PAULO | Há dois anos, a Ferrari se via na seguinte situação: o carro não era bom o suficiente para brigar com Brawn e Red Bull e só uma vitória na temporada é o que a equipe apresentava de melhor. Ainda, a equipe ainda sentia os efeitos da saída abrupta de Massa por seu acidente na classificação na Hungria e não conseguia colocar ninguém à altura para substituí-lo — a ausência de testes e a impossibilidade de adaptação ao carro acabaram com as carreiras de Badoer e Fisichella.

Na frieza da análise, 2011 parece bem semelhante. A Ferrari é a terceira força e belisca aqui e ali o pódio quando um piloto da Red Bull e a McLaren falham — neste caso, geralmente Hamilton. Uma só vitória no Mundial, a de Alonso em Silverstone, e Massa num papel parecido com o de Fisichella: bem distante do desempenho do companheiro.

Em 2009, havia o temor de que Massa poderia não voltar, mas a presença de Raikkonen no ano seguinte era posta em xeque. O segundo ano seguido apagado do finlandês pesava na equipe que só tinha um piloto na prática. Os rumores se transformaram em realidade, e mesmo com um ano de contrato por vir, Kimi teve seu contrato rescindido e Alonso chegou.

A continuação de Felipe na equipe vermelha sempre foi colocada em dúvida, mas Luca di Montezemolo e outros dirigentes da equipe se apressaram em desmenti-los, e o tempo veio lhes dando razão. Mas como Raikkonen, Massa está completando duas temporadas extremamente ruins, da mesma forma com uma temporada no papel.

Paralelo a isso, há a história de Kubica. Se voltar como antes, o polonês é piloto para andar na frente. É um dos melhores. A Renault, sua equipe, deu a ele e ao empresário um mês de prazo para que informem se Robert reúne condições para sentar em seu carro de 2012. Para quem saiu da sala de cirurgia pela última vez não tem muito tempo, e pela gravidade do acidente, um mês é até pouco para que se tenha pleno conhecimento de seu estado físico e se garanta 100% seu retorno triunfal.

Como a Renault está sendo irredutível em seu prazo, e ela não está errada, já há quem aponte aqui e ali que há uma porta se abrindo na Ferrari caso Kubica não esteja pronto para dar uma resposta até o fim de outubro. Seria interessante para a Ferrari esperar até o fim do ano, por exemplo? Como não há treinos pós-temporada, talvez não faria tanta diferença — afinal o carro do ano que vem já está no forno, ao gosto de Alonso.

Assim, a decisão que Kubica for tomar em relação à Renault deve ser acompanhada com atenção por Massa. Que ele se cubra. Com o histórico recente que a Ferrari apresenta e pelo descrito acima, é bem capaz que a equipe aposte num polonês remendado do que um brasileiro teoricamente inteiro.