Blog do Victor Martins
F1

Cidade-estado, 2

SÃO PAULO | A combinação de resultados que pode dar a Vettel o inevitável segundo título começa a ganhar contornos mais reais diante do grid de largada definido neste sábado em Cingapura. O segundo é Webber e o terceiro, Button. Seria melhor se Hamilton estivesse ali a seu lado, e era plenamente possível, mas um […]

SÃO PAULO | A combinação de resultados que pode dar a Vettel o inevitável segundo título começa a ganhar contornos mais reais diante do grid de largada definido neste sábado em Cingapura. O segundo é Webber e o terceiro, Button. Seria melhor se Hamilton estivesse ali a seu lado, e era plenamente possível, mas um furo em um pneu no Q2 provocou o uso de um set extra naquela parte da sessão, fazendo com o que o inglês poupasse um jogo para a corrida de amanhã. Alonso está ali em quinto, meio longinho. Resumidamente, com HAM jogando BUT e WEB para no mínimo terceiro e ALO fora do pódio, VET manda tudo à PQP.

O cenário é legal e tal, noite, bajulação, festa, sedução e bundalelê, mas seria meio blazê ver a F1 celebrar um título numa cidade-estado sem tradição. Por razões óbvias, e até pelo que o país sofreu neste ano, o Japão bem que podia ser a sede da conquista. Como nem um satélite desgovernado, assim, do nada, mudaria a linha dos planetas que governam a vida do alemão, o match-point de amanhã caminha para ser o único.

Falando em alinhadinho, que belezinha o grid com as cinco primeiras filas divididas igualmente entre os companheiros, não? E lá no fim do grid, as três últimas da mesma forma. O que significa? Nada além de mostrar que a F1 está realmente segmentada desta forma, com a Red Bull dois passos e 1/3 à frente da McLaren, que lidera a Ferrari, que está um pouco à frente da Mercedes, que dá esperança para a Force India.

À análise dos parceiros, pois: a volta de Vettel foi perfeita, dizer o quê? E taca meio segundo no companheiro, coitado. Aí Webber se enerva e diz que quer se enforcar. Ui, santa. Button se classificou à frente de Hamilton, nesta fase em que tudo na McLaren também vai à favor do lorde. Mas a diferença é mísera, 5 milésimos. De Alonso para Massa, o negócio é de arregalar olho de cingapuriano: 1 segundo, amigo. Não é à toa que a emissora-mãe já faz suas chamadas para o GP do Brasil apostando na Lotus preta e dourado de Senna, evocando os feitos do tio sob o som do tema da vitória, com toda pieguice embutida e misturada. Haja.

Bruno foi bem com um carro que não casa com a pista de Cingapura. Enrabou Petrov, que deixou a empresária putita nos boxes. Mas vai largar num difícil 15º lugar, com poucas esperanças de conseguir chegar à zona de pontos, ainda mais com as cinco primeiras forças tão mais fortes que seu carro preto e dourado.

A Barrichello, um 12º é mais, talvez, do que poderia esperar com um carro medíocre e um ambiente que lhe parece cada vez menos familiar. Logo depois do treino, o brasileiro foi parar no centro médico. As primeiras informações apontavam para um mau súbito, mas o brasileiro foi convocado para um antidoping. A FIA tem uma dessas. E Barrichello parece ser o campeão de chamadas para realização do teste.

No mais, Kobayashi bateu. Porra, Mito!, que não anda tão mito assim. Tem levado uma piaba do Ligeirinho Pérez, que inverteu as coisas na Sauber. Isso porque o mexicano ficou afetado com o acidente em Mônaco, hein…

A estratégia dos pneus será ponto importante, até porque ultrapassagem neste circuito de rua é complicadíssimo. A corrida será deveras longa. Mas aponta estudo que nada, como nos últimos tempos, deve ser diferente de algo que não seja uma vitória de Vettel — só falta saber se duplamente (e merecidamente) celebrada.