Blog do Victor Martins
F1

Itálico, 2

SÃO PAULO | Palpite arriscado, daqueles de, se estivesse na Inglaterra, chegar na casa de apostas, escrever no papelzinho e entregar pro tiozinho com um sorriso no rosto: a Red Bull vai entrar para a história fazendo todas as poles da temporada 2011. Porra, era lá na Itália que a McLaren e suas coirmãs que […]

SÃO PAULO | Palpite arriscado, daqueles de, se estivesse na Inglaterra, chegar na casa de apostas, escrever no papelzinho e entregar pro tiozinho com um sorriso no rosto: a Red Bull vai entrar para a história fazendo todas as poles da temporada 2011. Porra, era lá na Itália que a McLaren e suas coirmãs que usam Mercedes no motor tinham a maior chance de quebrar a sequência dos taurinos, estava na cara isso. Monza não tem segredo: é um L cortado por três variantes, e é só acelerar e zás. Aí me vai Vettel e enfia 0s5 na goela de Hamilton e Button, e eles ficam com a expressão de luto tal como a cor de seus macacões, bem bonitos, por sinal.

É bem verdade, também, que Vettel fez a volta da vida, na casa de 1min22s2, marca que jamais foi atingida no fim de semana todo. A cara dos três depois na coletiva de imprensa era de surpresa plena. Button até tentou resmungar que a pole não é importante, mas, filhão, não adianta: é Vettel amanhã acertar a largada — o que será difícil, visto que o ponto falho de seu carro é justamente o momento da partida, já que o Kers não é lá grande coisa — e abrir 1s nas duas primeiras voltas para evitar que a dupla mclariana e, eventualmente, Alonso, não possam abrir a asa móvel para tentar ultrapassagem. Mantendo a distância, Vettel fará um primeiro trecho de corrida tranquilo, se assim for.

Webber. O camarada vai e me fala aquilo tudo de Barrichello, que ele não fez oposição a Button em 2009, que depois das férias da F1 seria adversário ferrenho de Vettel e me resolve nem mesmo tentar lutar pela pole e, em nome da estratégia, usar apenas um set de pneus no Q3. Apaputaquepariu, diria alguém aí. Fracasso puro. Merece o cadafalso.

Alonso e Massa não têm muito o que fazer, não. Ferrari ligeiramente atrás da McLaren, e só com muita estratégia, sorte e reza brava dos tifosi para ver alguém (Fernando) no pódio na corrida. Isso se a Mercedes não enchouriçar (ô palavrinha feia) a vida dos vermelhos. Até que Rosberg e Schumacher vêm bem demais, fruto do motorzão. E Nico foi o único dos nove que treinaram que usou pneus médios, o que aponta um jogo de macios a mais para a corrida.

Nove porque Senna não treinou. Aliás, o que mais gosto, digamos assim na transmissão é quando Galvão está passando a ordem dos pilotos e começa a falar o sobrenome de todos e antes de Senna coloca, impreterivelmente, Bruno. Parece Britto Jr. usando sempre o aposto Bruna Surfistinha para Raquel Pacheco n’’A Fazenda’. Que seja. Nunca vi um décimo lugar tão comemorado. Sinceramente não sou muito partidário dessa libertinagem da F1 em permitir que um piloto não vá à pista e marque tempo. Se Petrov foi sétimo, Bruno poderia ter conseguido lá uma quarta fila. Preferiu poupar seus pneus para amanhã também. E as Renault se puseram à frente das Force India, o que é notável. Bruno tem ido bem no fim de semana. A questão é não se precipitar novamente na largada amanhã, com um carro pesado. Não acharia de todo estranho que, cauteloso, Senna até freie bem antes e perca algumas posições para não voltar a achar alguém, no caso na Variante del Rettifilo.

A prova não deve durar mais que 80 minutos e será complicada pelo calor excessivo. Se por um lado os pneus não desgastam muito pela pista em si, os 30ºC estão judiando os PZero, seja lá qual cor. A tendência é de que ultrapassagens aconteçam a torto e a direito, e é disso que o povo gosta. E eu… estarei nos comentários lá da Rádio Globo, ao lado de Oscar Ulisses e Alex Dias Ribeiro. Todos ouve.