Blog do Victor Martins
F1

O futuro em tweets

SÃO PAULO | O Thiago Alves, comentarista do Speed e, nas muitas horas vagas, tocador de corneta na banda da esquina, chamou atenção para um fato que é deveras interessante: o Twitter da Williams não menciona ao que acontece com Barrichello tanto quanto destaca Maldonado, quase um xodó pelos lados de Grove. Nos últimos dias, […]

SÃO PAULO | O Thiago Alves, comentarista do Speed e, nas muitas horas vagas, tocador de corneta na banda da esquina, chamou atenção para um fato que é deveras interessante: o Twitter da Williams não menciona ao que acontece com Barrichello tanto quanto destaca Maldonado, quase um xodó pelos lados de Grove.

Nos últimos dias, então, isso se acentuou: dos últimos 20 tweets — entre a corrida de domingo e o meio-dia de hoje —, o brasileiro foi mencionado três vezes — só uma delas sozinho — contra 12 do companheiro, direta ou indiretamente, retuitando o que o venezuelano posta em seu Twitter ou não.

À distância, é possível notar que a vida de Barrichello, que parecia estar definida pelo menos para 2012 há um mês — GP da Alemanha —, caminha mais para ou uma mudança que não lhe fará avançar no grid ou um fim de carreira na F1. Seja lá quanto, Rubens custa à Williams, e tudo o que a equipe não pode nem deve no momento é ter na folha de pagamento alguém caro, de forma justa, diga-se, como o piloto. Daí, é compreensível que Barrichello jogue na imprensa alertas e alarmes como os que saiu hoje, de que seria o início da cavação da cova da Williams colocar alguém que jovem e endinheirado ao lado de Maldonado e que conversa aqui e ali como plano B, na tentativa de dobrar o chefe Frank e persuadi-lo a mais um ano de casa.

À situação: Red Bull, Ferrari, Mercedes e Sauber não vão mudar para o ano que vem. A McLaren ainda tem de exercer direito sobre os serviços de Button, mas creio que não haja dúvida alguma de que Jenson siga formando dupla com Hamilton. A Force India tem uma bucha já com três pilotos: Sutil, Di Resta e Hülkenberg — não vai, pois, colocar um quarto piloto na sua lista. A Toro Rosso, com ou sem capital árabe, ainda vai continuar com boa parte da Red Bull e deve manter a filosofia de preparar pilotos para a equipe principal. Então só sobra a Lotus Renault, outra que está no mesmo patamar da Williams: quem tiver mais tutu leva, mas uma vaga é de Kubica se voltar bem.

A não ser o polonês não volte a ser o que era e a equipe faça questão sine qua non de ter um líder experiente — isto é, o que Heidfeld não foi —, restaria este lugar a Barrichello, e só. Porque agora Senna também chega, e forte, na disputa — inclusive por um lugar na própria Williams — com o apoio eikebatistano e afins.

Se é para ser um outro Trulli e ficar na F1 por ficar, Barrichello nem deveria pensar em Lotus, Virgin e Hispania — e se é que alguma delas pensa em Rubens, na contramão. Assim, o negócio é claro: se Barrichello não conseguir nada na Williams, é difícil que a gente o veja como titular andando num time meramente mediano em 2012.

E diante de alguns fatos e detalhes, como o Twitter, a fase da hipótese, essa do ‘se’, já está caindo claramente por terra para dar ares muito mais reais.