Blog do Victor Martins
F1

Buda da peste

SÃO PAULO | Duplamente hamiltoniana, a sexta-feira em Hungaroring. Não muito crível. Até mesmo pelo resultado em si — a não ser que Hamilton esteja passando por aulas intensas de artes cênicas nesta F1 que não permite testes e atue muito bem ao dizer que essa McLaren aí não vai andar no ritmo das grandes na pista magiar. Teve […]

SÃO PAULO | Duplamente hamiltoniana, a sexta-feira em Hungaroring. Não muito crível. Até mesmo pelo resultado em si — a não ser que Hamilton esteja passando por aulas intensas de artes cênicas nesta F1 que não permite testes e atue muito bem ao dizer que essa McLaren aí não vai andar no ritmo das grandes na pista magiar. Teve um momento em que alguém, pensei que tivesse sido Glock, mas não achei lá, que se queixou no Twitter: “Cadê o tempo bom, gente?” Porque 20, 21ºC, em pleno verão lá, é pífio e patético, como diria Mauro Cézar Pereira. A preocupação do povo era avaliar o quanto durariam os macios e supermacios da Pirelli. Vai ficar pra amanhã de manhã.

Sobre Senna, ninguém poderia esperar muito dele no TL1. Tomou 0s8 de Petrov, que guia o carro da Renault há dez provas e alguns contos de réis. Talvez a diferença tenha sido demasiada, mas Bruno, como o próprio disse, não faria milagre. O bom foi não ter comprometido. E como o pessoal lá da equipe esteve em terras brasileiras tempo atrás buscando patrocinadores, os passos começam a ser alinhados para que Senna participe de algum outro treino ou até mesmo corrida neste ano, possivelmente o Brasil.

Button, após um fim de semana fraco na Alemanha, voltou a andar no ritmo, e os cinco primeiros foram os de sempre. Massa ficou mais para o desempenho das Mercedes, sempre ali em sétimo e oitavo. O papel de quinta força vai cabendo mais à Force India do que à Lotus Renault, que, apesar de achar melhor o escapamento traseiro, está andando com o dianteiro. É um método lusitano de ver as coisas. Vai que dá certo. A Sauber, com Mito-san e Ligeirinho Pérez, vem na sequência. Depois a Williams. Parágrafo especial.

Williams. A gente bem sabe que a Williams tem contrato com a PDVSA até 2015, então Maldonado está com a vida e obra garantidas até lá. O negócio com Barrichello começa a preocupar, o piloto e seus fãs, claro. Porque uma renovação que parecia natural e óbvia começa a apresentar alguns percalços. Rubens disse que as conversas não evoluíram na Alemanha e tem quem fale, como o Speed Channel, que uma troca de piloto já é discutida abertamente na Williams. Beirando os 40 e disposto, o brasileiro vive uma dicotomia: se ainda é peça bem útil nesta F1 com necessidade de experiência, gente jovem e capaz e com grande poder financeiro brota às pencas. Com os lugares intactos nas equipes grandes, o único cenário, muito duvidoso, que surgiria a ele seria ocupar um lugar nesta Lotus Renault se e somente se Kubica não conseguir voltar. Qualquer outro passo seria um descenso na carreira, desnecessário a esta altura da vida.

Mas o negócio que pegou fogo lá na Hungria foi o acordo de TV na Inglaterra que vai tirar da BBC, aberta, metade das corridas da próxima temporada. 2012 vai passar por completo na Sky Sports. As equipes estão putitas por conta da exposição dos patrocinadores e querem mais explicações. Numa comparação direta, é como se a Globo só passasse dez provas ao vivo aqui, mostrasse as outras dez em um compacto e o SporTV ou a ESPN — que seria o melhor exemplo; a Sky Sports não é do mesmo grupo da BBC — passasse a ter todos os direitos de transmissão. A Globo já faz algo semelhante na Stock Car — passa cinco de 12 corridas, trecho ao vivo daquelas que não exibe e nem se preocupa em transmitir um resumo destas. Será que daria certo e seria interessante um esquema destes aqui?

A palavra da salvação, que é apenas uma resposta analítica, começa com N.