Blog do Victor Martins
F1

Team GB, 3

SÃO PAULO | No Canadá, Vettel errou na última volta e deu a vitória a Button. Hoje foi a vez da Red Bull — e não foi o único e o maior erro. Volta 27, segunda troca de pneus. Nada mais normal e natural que um problema nos pits acontecesse uma hora. Mas foi uma pena ter visto […]

SÃO PAULO | No Canadá, Vettel errou na última volta e deu a vitória a Button. Hoje foi a vez da Red Bull — e não foi o único e o maior erro. Volta 27, segunda troca de pneus. Nada mais normal e natural que um problema nos pits acontecesse uma hora. Mas foi uma pena ter visto a troca de posições com Alonso no próprio box. Seria, claro, muito mais válido ver a disputa entre os dois pilotos na pista, que poderia ter dado um outro resultado ao muito bom GP da Inglaterra de hoje.

Uma vez livre das Red Bull, Alonso imprimiu um ritmo tão forte a partir de então que estava claro que não havia como alcançá-lo mais. Sem ter o carro mais rápido, Vettel teve dificuldades para superar um bem mais lento Hamilton na pista, e se o espanhol estivesse atrás do alemão numa disputa real pela briga pela vitória, o negócio seria outro. Mas isso não invalida o quanto Alonso mandou bem hoje. O cara carrega a Ferrari nas costas, é esse o fato, e sua felicidade quase pueril indicou claramente quando uma vitória vale mais do que ela realmente é. É o triunfo que desentala e afasta a pecha da crise.

Curioso que a Ferrari não dava muitos sinais de que chegaria ao pódio no primeiro trecho da prova, quando o carro vermelho sofreu andando com os pneus intermediários e viu Vettel despachar a concorrência, como sempre. Foi jantado por Hamilton e perturbado por Button. A secagem do asfalto provocou uma reviravolta. E, possivelmente, a limitação do uso do difusor com os gases aquecidos tenha sido fatal para as pretensões rubrotaurinas neste domingo.

Pretensões. Vettel e Webber, disputa pelo segundo lugar, voltas finais. E a Red Bull manda que o australiano não ultrapasse o alemão. O chefe Christian Horner alegou minutos depois à BBC que pensou no campeonato, nos pontos que seriam salvos. Tivesse realmente pensado no campeonato, o dirigente veria que a ordem de equipe era absolutamente desnecessária. Nem a maior das hecatombes tira o título de Vettel, e não são três pontos — a diferença entre as posições — que mudariam o destino da competição. É pretensão demais pensar assim. É de se lamentar que o time que mais tem a cara do marketing, da jovialidade e da tentativa de um novo ar esportivo na F1 já seja tão igual que suas rivais mais próximas. E um ano depois, Horner dá total razão a Webber por aquele desabafo feito para o mundo inteiro ouvir após sua vitória em Silverstone, o do “nada mal para um segundo piloto”. A Red Bull aqui da Stock Car ensinou dias atrás que “corrida é na pista”. Pelo jeito, a empresa não segue a mesma diretriz mundialmente.

Voltando à corrida em si, belíssima disputa entre Massa e Hamilton no fim, decidida na linha de chegada após toques e muita vitalidade. Interessante ver que Felipe, que geralmente tem feito provas apagadas, é sempre protagonista de episódios como este, como já fez com Kubica em Fuji anos atrás e com Kobayashi em Montreal nesta temporada. Desta vez, perdeu. E Massa pode ter lá suas limitações, mas é um piloto íntegro e de personalidade. Não entra no chororô nem no mimimi que se acende. Não há por que punir o inglês, é coisa de corrida, e parte para a próxima.

No mais, corrida excelente de Pérez, sétimo — apesar de ter passado o tempo todo atrás de Rosberg —, um dia escabroso para o mito Kobayashi, um elogio a Button pela sua consciência ao parar o carro vendo que seu pneu estava solt0 e uma menção a Alguersuari, que novamente foi aos pontos. Por hoje, é só.