SÃO PAULO | Vamos às imagens do incidente ocorrido com Tuka Rocha ontem em Jacarepaguá para algumas palavrinhas, as de sempre, sobre as vistas grossas que são feitas.
Sabe-se, de início, que houve um furo no pneu e rapidamente o carro fez-se uma bola de fogo. Numa conversa rápida com Lito Cavalcanti ontem à noite, o comentarista do SporTV explicou que o pneu dechapou, cortou flexível do freio e o óleo caiu no cano de escapamento e iniciou o incêndio. Mas seu colega Rodrigo Mattar lembrou que, como os escapamentos são laterais, tal tese cai por terra. E aí se conjuga o verbo mais usado nos últimos tempos: investigar.
Só que é aquela coisa: de novo, a Stock Car espera acontecer — e não vale, desta vez, mandar nota de esclarecimento dizendo que é promotora e que tem “atribuições totalmente distintas” da JL. Que vá cobrar da JL carros melhores e seguros. Não fosse ontem a agilidade de Tuka em se livrar dos cintos que o prendem ao carro e se jogar com ele em movimento, haveria, sim, nova tragédia na categoria — ainda houve quem falasse em imprudência de Rocha; prudente, mesmo, é a iminência da carbonização. Além disso, a equipe de resgate demorou um bocado para chegar ao local. Havia gente ali que, embora solícita, não deveria realizar tal atendimento. É um despreparo colossal.
Dois anos passaram, então, e pouca coisa — nada? — foi feito. Automobilismo é esporte de risco. A Stock Car o eleva a níveis extremos. Cabem algumas perguntas: três meses depois da criação da Comissão dos Pilotos, a mesma fez reuniões depois do caso da morte de Sondermann? A comissão está ativa? A comissão está satisfeita com o trabalho que vem sendo feito para melhoria da segurança e tem cobrado das otoridades? Ao que parece, o produto que é oferecido a pilotos e equipes oriundo de um monopólio é bem caro e não tem se mostrado bom.
A CBA só assiste — nos dois sentidos do verbo — (a)os problemas. A CBA não sabe fazer a hora e teima em não abrir o sarcófago para agir. Impressiona como tudo dá em nada. E como sempre, o automobilismo e a Stock Car viram notícia não por suas corridas, mas por suas ocorrências, perigos, imprudências e passividades. Diria uma amiga que tem que ver issaí. Ô se tem que ver. Tem que rever. Tudo.