Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

Passo à frente

SÃO PAULO | Terminei de ver há pouco a estreia do Brasileiro de Marcas, pela TV, em Tarumã. Gostei. Há potencial no evento. É certo e sabido o montante de problemas que o automobilismo brasileiro carrega embutido. Isto é, para os padrões nacionais, da forma que a competição foi ajeitada — meio que às pressas, com […]

SÃO PAULO | Terminei de ver há pouco a estreia do Brasileiro de Marcas, pela TV, em Tarumã. Gostei. Há potencial no evento. É certo e sabido o montante de problemas que o automobilismo brasileiro carrega embutido. Isto é, para os padrões nacionais, da forma que a competição foi ajeitada — meio que às pressas, com adiamento da primeira etapa e tal —, é uma categoria que tem futuro.

Mas para ter futuro, precisa ser bem cuidada. Aí é onde mora o perigo. A princípio, ser bem cuidada significa dizer que não pode ser estragada. São três montadoras, e espero que elas realmente estejam envolvidas (Chevrolet, Honda e Ford), uma quarta está envolvida como equipe privada, digamos assim (Toyota), e outras tantas estariam engajadas. Ótimo. Assim, que CBA/Vicar trabalhe para que estas marcas não deixem o campeonato num futuro próximo. Quem sabe, vai que elas desenvolvam o motor e o carro em si. Seria ideal. Mas como a base é do TC2000, vamos de TC2000.

Também, que CBA/Vicar não encareça o campeonato e o transforme em outro celeiro de fortuna. Os preços hoje giram em torno de R$ 400 a R$ 600 mil. É menos da metade do que custa uma Stock Car, com um pacote que parece ser melhor. A exposição na TV é de uma hora, na Rede TV! — um VT com os melhores momentos da primeira corrida mais a segunda, de meia hora, ao vivo. Seriam 8 horas de transmissão por temporada. Se puser no papel, é até mais que a Globo mostra a Stock Car.

Falando em TV, me incomoda um pouco ver Carlos Col como comentarista. Não acho muito honesto, nem ético, ver alguém envolvido com a categoria falando dela. É incapaz, pois, de criticá-la, se algo de ruim acontece — como, por exemplo, a ideia ridícula de nossas categorias em colocar placas publicitárias de isopor ao largo da pista; ou ainda, omitir o nome da Toyota porque ela não é montadora oficial. Bernie Ecclestone comenta corridas na BBC? Randy Bernard vai à Versus ou à ABC para falar suas impressões sobre as provas da Indy? Há profissionais o suficiente para fazer comentários isentos — isso se, e somente se, a emissora for independente e não fizer parte de um pacote que adule o evento ou não ature ‘jornalistas-pagantes’, ‘profissionais’ já existentes no mundo de cá. 

 Ao fim e ao cabo, seriam necessários alguns ajustes, mas o passo está dado. E que continue à frente.