Blog do Victor Martins
Stock Car

Pinteiro, a inspeção e o paliativo

SÃO PAULO | A morte de Gustavo Sondermann ontem em Interlagos mexeu com Cleyton Pinteiro e o fez se mexer. “Estou arrasado ainda. Estou um traste”, declarou o presidente da CBA ao Grande Prêmio na tarde de hoje. Como primeiro ato depois da terceira fatalidade em pouco mais de três anos em Interlagos, o dirigente […]

SÃO PAULO | A morte de Gustavo Sondermann ontem em Interlagos mexeu com Cleyton Pinteiro e o fez se mexer. “Estou arrasado ainda. Estou um traste”, declarou o presidente da CBA ao Grande Prêmio na tarde de hoje. Como primeiro ato depois da terceira fatalidade em pouco mais de três anos em Interlagos, o dirigente mandou lá de Recife um e-mail para Paris, sede da FIA, solicitando a presença de um membro da entidade para realizar mudanças na Curva do Café.

“Eu pedi hoje à tarde à FIA que ela me enviasse um inspetor para que olhe as obras do autódromo”, disse Pinteiro, que se mostrou de mãos atadas para alterações imediatas. “Como o autódromo é homologado pela FIA, só quem pode mexer é ela ou com sua autorização. Eu quero mostrar que as obras que foram feitas não foram suficientes para evitar uma catástrofe destas.”

O presidente revelou que, quatro meses depois de sua entrada na CBA, conversou com a SPTuris, que administra Interlagos. “No dia 8 de julho de 2009, eu fiz um pedido para que incluíssem uma chicane naquele local. E não foi feito”, comentou. “Eles me responderam que a FIA mandou colocar aquele material lá [o soft-wall], mas você viu que não funciona. Quando vier o vistoriador da FIA, eu quero estar junto com a comissão. E quero mostrar que, para a F1, aquilo é uma reta. Para turismo ou fórmulas nacionais, é uma curva”, completou.

Ouvindo opiniões de pilotos como Cacá Bueno e Luciano Burti, Pinteiro só vê uma alternativa para a curva que leva à principal reta da pista paulista. “Na minha opinião, a solução é afastar aquela arquibancada para criar uma grande área de escape. Ou então fazer uma chicane antes, mas aí você acabaria com a graça do automobilismo, que é a competitividade. Eu tenho que ver competitividade com segurança, e acho que a área de escape pode resolver.”

Enquanto a FIA não aparece com seu inspetor, Pinteiro vai fazer “um paliativo”. Para a prova do GT Brasil e das categorias que o compõem, no próximo fim de semana, a ideia já está tomada. “Falei com o (Antonio) Hermann e comuniquei que, no domingo, vai ter uma bandeira amarela naquele setor. Se no meio da prova acontecer de espalharem os carros, aí não haveria necessidade de mantê-la. Se houver chuva, vai ficar com amarela o tempo inteiro”, completou.

No Hospital São Luiz, onde Sondermann ainda está ligado por aparelhos, a família permitiu a doação dos órgãos do piloto de 29 anos, desde que feita na hora, isto é, imediatamente repassada para os corpos dos receptores. Gustavo já teve declarada sua morte cerebral. A CBA decretou luto de sete dias.