Blog do Victor Martins
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Austral, 4

SÃO PAULO | Deveria ter instituído para o BRV, o bolão, nesta primeira etapa que começariam com -20 pontos todos aqueles que não tivessem apostado na pole de Vettel na Austrália. Foi uma performance digna dos tempos de Schumacher na Ferrari. E vou dizer mais: não estranharia se essa temporada fosse à la 2002 ou […]

SÃO PAULO | Deveria ter instituído para o BRV, o bolão, nesta primeira etapa que começariam com -20 pontos todos aqueles que não tivessem apostado na pole de Vettel na Austrália. Foi uma performance digna dos tempos de Schumacher na Ferrari. E vou dizer mais: não estranharia se essa temporada fosse à la 2002 ou 2004. A câmera on-board foi clara: o carro da Red Bull vai suave, e parece que dá pra sentir que só se tira uns 80, 90% dele. A hora que precisar, mesmo, Vettel usará o que falta.

1min23s529, novo recorde da pista. 3/4 de anos-luz depois vêm Hamilton e Webber, meio pífio. E até foi bom para o australopiteco perder o outro lugar na primeira fila para o catito inglês, visto que vai largar do lado limpo da pista. Na comemoração pela recuperação da McLaren, Miltão mal deve ter percebido que do lado externo da trajetória tem um latifúndio de farelo.

Vettel só perde essa prova se usar o anti-Kers, colocar uma barreira na asa traseira ou fizer 14,25 paradas, uma a cada quatro voltas. O negócio é contornar a primeira curva em primeiro e, como o Seu Boneco, ir pra galera. Para Hamilton, um segundo lugar é uma vitória. Mais, é um alívio, o suspiro que livra a pressão e a angústia de dias em que nada deu certo para o pessoal e seu carro de Woking. Button confirmou que seu time é, sim, a segunda força do Mundial.

A terceira força é Alonso. Essa Ferrari aí pode até ser confiável, mas é apenas e tão-somente razoável. Fernando levou 1s5 na lomba. Com Massa, foram 2s, fora a rodada bizonha durante o Q3, logo depois de deixar os pits. A diferença para Chandhok, que fez o mesmo no primeiro treino livre de sexta, é que não havia um muro qualquer ali perto da curva 1. Do contrário, concluiríamos que Massa ainda tem um pé em 2010.

Petrov em sexto. Os deuses russos devem estar loucos. E aí a gente há de pensar o que não faria Kubica com esse carro. E aí a gente há de pensar o que Kubica deve ter pensado quando viu Heidfeld maltratando seu carro e não passando sequer do Q1. Nickita vai vir com o mimimi padrão de que foi atrapalhado e tal. Depois reclama da vida. Mas voltando a Petrov, o sábado dele foi excelente, não foi um resultado ocasional. Andou ali mesmo no TL e nas fases anteriores à superpole. Se terminar em sexto — ou à frente de Alonso… —, já será um começo notável.

Rosberg em sétimo, ali no bolo. Até menos do que se esperava, considerando que o pessoal na Mercedes estava arrotando o peru da igualdade com a Red Bull. Na quinta fila, Kobayashi, mítico como sempre, e Buemi, Sauber e Toro Rosso, as intermediárias que querem ser grandes, ratificando o bom desempenho da pré-temporada. Só que a Sauber está melhor. Posso estar enganado, mas o japa se poupou para andar melhor no início da prova amanhã. E vai vir bem com Pérez também, largando ali atrás, em 13º. O Quico é bom.

Barrichello foi mal. Errou. Acontece. Vai ter de pensar o resto do dia em uma tática que lhe faça ganhar posições logo no começo. Que torça por um safety-car e uma entrada rápida nos pits, um bote, sei lá. 17º é quase um atestado de zero ponto num grid embaralhado ali em sua metade.

As Virgin passaram pela guilhotina, ora, ora. D’Ambrosio — ou D’Ambrósio, como disse o narrador-sparring — conseguiu superar por 0s4 o tempo dos 107%. Coisa que, claro, a Hispania esteve longe. Um bagaço de mixirica essa equipe aí, viu. É a quarta vez na história que uma escuderia é podada de correr por esta regra. Forti Corse em 1996 e Lola em 1997, ambas também na Austrália, e Arrows em 2002, propositalmente, na França, foram as outras.  Liuzzi e Karthikeyan atrapalharam meio mundo, tomaram entre 9 e 10… e ainda querem correr.

Má vá…