CURITIBA | Assim que abri meu computador aqui na capital do Paraná, a parte de calendários e datas marcantes da caixa de e-mail me lembrou que faz dois anos hoje que Cleyton Pinteiro se transformou em presidente da CBA. Ninguém precisa me contar, me recordo bem, de seu discurso de renovação, de evolução, de mudança para o automobilismo brasileiro quando do lançamento de sua candidatura, fortemente apoiada por Nestor Valduga.
Julgo que não preciso relatar em muitas linhas o que foram estes 24 meses para o esporte nacional e a condução que foi dada. Autódromos que pareciam nascer morreram — porque Pinteiro acredita que dar vida a tais praças não é função da sua entidade. Pessoas que tentam contribuir são ceifadas por suas posições políticas — em outros termos, quem foi aliado de Paulo Scaglione não presta. Preços de carteirinhas aumentam. Decisões em corridas, principalmente da Stock Car, são consideradas por relacionamentos pessoais, ou falta de.
Vou só dar algumas das declarações resultantes de uma longa uma conversa que tive com importante personalidade deste automobilismo supracitado, tendo como viés a própria Stock. “Antes até havia uma separação, e a CBA defendia os interesses dos pilotos. Agora a CBA está dominada. Stock e CBA são a mesma coisa”, e encerrou dizendo que Pinteiro ocupa, na verdade, um cargo ilustrativo. O presidente atual era um diretor-presidente, se me entendem bem.
O automobilismo no Brasil, resumidamente, não existe. O que há são, em sua grandiosa maioria, promotores preocupados com seus shows, brinquedos de carros como plataforma de negócios e network e business. Repito a pergunta que venho fazendo: existe algum piloto 100% feliz no Brasil? Existe dono de equipe 100% feliz? Enquanto isso, a gente vai ouvindo histórias de bastidores, até mesmo de gente arrependida de ter apoiado a “renovação, evolução e mudança” e que só espera 2013 acabar para tentar um novo rumo.
Não creio, pois, que haja parabéns para esta data querida.