Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

Endureza

SÃO PAULO | Aconteceram ontem — ou não, dependendo do ponto de vista — as 300 Milhas de Interlagos, prova de Endurance não-CBA organizada por Toninho de Souza, uma das pessoas que mais respira automobilismo no Brasil. Na verdade, a prova teve sua duração reduzida porque, dos 21 carros inscritos, apareceram cinco para correr. No desespero, […]

SÃO PAULO | Aconteceram ontem — ou não, dependendo do ponto de vista — as 300 Milhas de Interlagos, prova de Endurance não-CBA organizada por Toninho de Souza, uma das pessoas que mais respira automobilismo no Brasil. Na verdade, a prova teve sua duração reduzida porque, dos 21 carros inscritos, apareceram cinco para correr. No desespero, Toninho e o filho Pedro Rodrigo acabaram colocando carros de categorias que participaram de outros eventos, como Fusca e até o modelo do antigo Stock Jr..

O boicote tem algumas explicações não oficiais. Num lado mais racional para quem analisa e até mesmo para alguns organizadores, a data é considerada como ‘micada’. Sacumé, foi marcada no fim de semana posterior ao Carnaval. Daí você há de considerar que muitos dos caras que correm uma prova de Endurance são empresários ou pessoas de poder aquisitivo alto e querem aproveitar a festa momesca até o fim. Treinar numa quinta-feira ou participar de algo em uma semana considerada morta seria demais na cabeça dessa gente.

É uma linha até válida. Mas digamos que, quem se inscreveu para a prova, sabia bem que ela seria realizada depois do Carnaval. E outra: é estranhíssimo admitir que, mesmo sendo uma data ‘micada’, 15 ou 16 inscritos tenham preferido ir borrifar espuminha, jogar pro alto serpentina e confete e encher a cara com a vódega mais cara e esquecer uma corrida de carros. Enfim.

Toninho tem sido prudente em revelar o sumiço dos pilotos. Pedro Rodrigo meteu a boca em seu Twitter e os definiu como “cagões” e outros termos que as crianças não podem ler neste horário. Mandou a CBA a um lugar que muitos gostariam que fosse. “Só quer saber de dinheiro”, bradou. A revolta concentra-se sobre as figuras de Cleyton Pinteiro e Nestor Valduga, respectivamente — ou não — presidente da CBA e do CTDN. Fala-se à boca pequena que o segundo teria sugerido, para usar um termo mais eufemístico, a alguns pilotos que não corressem. E que também teria pressionado o presidente da federação paranaense, Rubens Gatti, a abandonar a ideia de participar do campeonato organizado por Toninho — o que acabou acontecendo.

Não costumo assistir a tal programa, mas no último sábado, ao zapear a TV, estava acompanhando a cópia que Luciano Huck fez para o ‘Extreme Makeover’, batizada de ‘Lar Doce Lar’. Mostrava a história inicial da casa de uma família de três japonesas bem porcas, Kiriko, Peniko, algo do tipo, que ganharam uma nova residência, um palácio diante do que viviam. Seis meses depois, o apresentador voltou à casa para verificar se estava em ordem. Encontrou isto:

Ouvindo e sabendo dos bastidores, agora eu tenho a plena certeza onde fica a sede do automobilismo brasileiro: no Ipiranga, em São Paulo, casa da Dona Kiriko, Peniko, sei lá.

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