Quem é Alonso?

SÃO PAULO | A F1 preparou um vídeo legal com grande parte dos pilotos desejando a Kubica uma pronta recuperação. Curioso, também, é que se nota que uns são desinibidos e outros parecem que vão morrer diante da câmera. O vídeo está no site da F1 — que, atrasada como é, não deixa nenhum link para incorporá-lo onde quer que seja; só a F1 existe para si mesma.

Nos mais de 10 minutos de aparições, uma frase de Alonso — o que mais aparece — é que se destaca ao falar do polonês: “Nós somos muito parecidos. Não estamos aqui para fazer amigos. Estamos aqui pra vencer”, diz o espanhol, amigo de Kubica, que foi o primeiro a visitá-lo no hospital lá de Pietra Ligure, na Itália.

Dias atrás, saiu na biografia autorizada por Bernie Ecclestone, e não muito apreciada pelo próprio, diga-se, que Alonso pediu à McLaren para sabotar o carro de Hamilton naquele GP da Hungria de 2007, em que o bicampeão atrapalhou propositalmente o companheiro no Q3 da classificação. O episódio, se verídico, soma-se aos casos de Cingapura 2008 e Alemanha 2010, em que esteve envolvido, direta ou indiretamente, em jogos de equipe, válidos ou sujos.

Para muitos, fica a dúvida se Alonso é um ímã de polêmicas — ou se, na verdade, até as provoca — ou se tudo não passa de uma mera coincidência de um mundo que parece conspirar contra ele. Pode ser Vettel campeão, mas Alonso é quem vem sendo o grande centro das atenções da F1, na pista e fora dela. É um garoto-propaganda sem que a categoria precise ou peça.

Quem conhece bem Alonso o taxa de tímido, por vezes introspectivo, mas que, enquanto profissional, age a seu modo para ter a equipe para si rapidamente — algo que já conseguiu na Ferrari. E essas características todas parecem comuns a todos os grandes do esporte, como Senna e Schumacher.

Por mais de uma vez Alonso já disse que pararia de correr com um terceiro título no currículo, o que me leva a pensar que a aposentadoria já poderia ter acontecido no fim do ano passado, caso o normal acontecesse naquela prova de Abu Dhabi. Se levarmos à risca suas palavras, de qualquer forma essa aposentadoria tende a estar perto. É ele é o principal rival de Vettel neste ano — se a Ferrari tiver, mesmo, fôlego para enfrentar este novo canhão da Red Bull e se a McLaren realmente não acertar o incrivelmente problemático MP4-26 e deixar Hamilton e Button à míngua. Se não for em 2011, realmente longe não está.

Muito além de perguntar aos caros internautas a opinião de quem é Alonso — gênio? incompreendido? sagaz? desonesto? — é saber deles se o peso do espanhol na categoria é realmente semelhante aos do velho Schumacher e de Senna e o que pensam que mudaria na F1 com sua eventual saída.

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