Blog do Victor Martins
F1

Não a Marussia

SÃO PAULO | Comentei no Twitter ontem à noite, e venho por meio desta expor brevemente o assunto aqui só por considerá-lo válido — importante não é, não vai mudar a vida de ninguém, mas esclarece bem certas coisas em áreas do jornalismo tupiniquim. Há anos a gente ouve a ladainha de que omissões de patrocinadores e siglas adotadas pela TV Globo, […]

SÃO PAULO | Comentei no Twitter ontem à noite, e venho por meio desta expor brevemente o assunto aqui só por considerá-lo válido — importante não é, não vai mudar a vida de ninguém, mas esclarece bem certas coisas em áreas do jornalismo tupiniquim.

Há anos a gente ouve a ladainha de que omissões de patrocinadores e siglas adotadas pela TV Globo, doravante RGT, em eventos esportivos deve-se a uma política da casa, em linhas gerais, de não expor gratuitamente o nome de uma empresa não relativa ao esporte em sua essência. Então no futebol o Pão de Açúcar e o Red Bull viraram PAEC e RB Brasil, o Cimed do vôlei é Florianópolis e a RBR e a STR, vocês bem sabem o que são na F1. Numa linha mais criativa, trataram no ano passado a Virgin como VRT, sem que a dita cuja T tivesse. Galvão Bueno, a partir de um determinado momento, pela sua influência e talvez com certa vergonha alheia, passou timidamente a denominá-la como Virgin, bem como nas provas finais resolveu abrir o peito para Red Bull e Toro Rosso.

Daí surge a Marussia. A Marussia tem vida curta, mas a maioria deve ter conhecimento que Nikolai Fomenko, seu dono, deu cabo a um projeto de criação de uma fabricante de carros esportivos de luxo. Em outras palavras, a russa Marussia é uma montadora, tal como é a Ferrari, a Mercedes e a Renault. Assim sendo, é do ramo esportivo.

Mas a Marussia não passou pelo crivo da RGT. No ‘Jornal Nacional’ de ontem, a emissora, ao falar de uma matéria sobre o envolvimento de patrocinadores e pilotos pagantes — sem citar empresa alguma, diga-se —, referiu-se à Marussia Virgin como MVR. A Lotus, tão montadora quanto, está em duas equipes. Não virou LR na Lotus Renault, como pude observar.

Penso que a RGT não vai mandar nenhum representante seu a Moscou para negociar direto com a equipe para dizer seu nome. Mas a Globo, maior canal deste país, com uma influência tamanha a ponto de deixar o futebol brasileiro em xeque, tem pouco mais de 20 dias até a temporada começar para, sei lá, neste mundo difundido de hoje destes sites de busca, informar-se quem é a Marussia — até posso passar o e-mail da assessora, Tamara, boa gente, fala inglês, prestativa — e, então, ter um bom senso jornalístico de repassá-lo ao seu público. Do contrário, esse padrão que adota para nomenclaturas esportivas vira, oficialmente, pura balela. Ou, em sua linguagem, KHDA.

Siga-me no Twitter.