Aí a gente chega de manhã e lê a notícia de que Luca di Montezemolo voltou com sua ideia de alinhar com um terceiro carro na F1 e que considera que Penske e Ganassi devam assumi-lo a partir de 2013, em uma cruzada contra as equipes novatas, feias e caras-de-mamão. Ainda, mencionou Trulli como um possível candidato à vaga da Ferrari by Ganassi or Penske.
Primeiro que dificilmente a F1 vai aderir à ideia de um terceiro carro. A maioria das equipes teria de apoiar, ou seja, sete, e isso ser levado à FIA. Hoje, Ferrari, McLaren, Red Bull e Mercedes teriam condição de colocar um carro extra. O resto está de pires na mão. Também, F1, FOM e demais siglas fazem questão de um campeonato padronizadinho — em numeração, cores e muitas outras coisas — e está num embate heroico para contenção dos gastos, de modo que o terceiro carro para um número restrito de times é absolutamente contra tais princípios. E para arrebatar, tanto Penske quanto Ganassi têm uma operação imensa e uma vida na América, Nascar e Indy — nestas ampliando suas bases para disputarem entre si a hegemonia local. Roger e Chip não criariam um braço na Europa com risco de se perderem nos EUA.
Outro dia, Montezemolo disse que parte da temporada de Massa foi feita pelo irmão Dudu, naquela situação que se brinca em tom de realidade. Por essas e outras que se nota que Luca voltou à cena da F1 forte e consciente de que vai continuar como presidente da Ferrari, da Fiat e da Fota — a permanência de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro da Itália acabou com sua pretensão política. São essas e outras que me fazem crer que seu café-da-manhã é regado a muito limoncello.