A Virgin, que tem — ou teve, no caso — um ano de vida vai passar a ser controlada por uma empresa que tem só dois anos. A Marussia é a primeira fabricante de carros esportivos daquele país. Por trás de seu nascimento está Nikolai Vladimirovich Fomenko, muito prazer.
Fomenko tem 48 anos e vem de São Petersburgo — quando nasceu, ainda era Leningrado. Foi músico e comediante, passou a apresentador de TV e também se meteu a ser piloto. Um Otávio Mesquita do Kremlin, mal comparando. Enquanto comandava um talk-show e a versão local do programa ‘Top Gear’, deu vida à Marussia Motors no ano passado. Habituado ao entretenimento, resolveu que seus carros esportivos — dos quais também se envolve no desenho — devessem levar pelo menos quatro câmeras. Não à toa, uma das propostas de sua chegada à F1 está na promoção do GP da Rússia, já confirmado a partir de 2014 na cidade de Sochi, concomitante à realização dos Jogos Olímpicos de Inverno.
Até que Fomenko tem certo currículo no automobilismo. Não por suas conquistas, evidente, Fomenko nunca houve de vencer. O piloto Nikolai participou de seis campeonatos da antiga versão do FIA GT entre 2000 e 2005 e chegou a correr ao lado dos franceses Christophe Bouchut e Nicolas Minassian de Ferrari. O histórico também mostra as 24 Horas de Daytona de 2003 e, vejam vocês, duas 24 Horas de Le Mans, 2004 e 2005. Ao menos tal vivência nas pistas serviu para que os modelos B1, B2 e F2 SUV saíssem da fábrica em Moscou com um monocoque de alumínio para aumentar a segurança do motorista e dos demais passageiros, como se vê no crash-test abaixo:
Agrada demais à Marussia a parceria que a Virgin tem com a Cosworth. É que todos os motores da montadora russa são cofabricados pela empresa britânica de propriedade de Kevin Kalkhoven — V6 de 3,5 L. A Cosworth voltou à F1 nesta temporada via FIA e seu programa de tentativa de corte de custos e empurra os carros das novatas — além da Virgin, Hispania e Lotus — e da Williams.
A Marussia tem sido patrocinadora da Virgin desde o começo da temporada. Seu nome está no bico dos carros de Timo Glock e Lucas Di Grassi. Que, então, estão ameaçados de continuar lá, o que não é novidade para ninguém. Di Grassi tem a vaga ameaçada pela grana forte de Jerôme D’Ambrosio. Já falam que Giedo van der Garde pode tomar o lugar de Timo Glock. Mas com um russo no comando, querendo promover um país, é bem provável que Mikhail Aleshin ou Vitaly Petrov, se for chutado da Renault, apareçam por lá em 2011.