Blog do Victor Martins
F1

Brasileirinhas, 21 + Abu seita

SÃO PAULO | Dava para notar desde a última quarta-feira que a sina que Interlagos incorporou nos últimos tempos, mais precisamente cinco anos, terminaria. Como nem a chuva do sábado ajudou Alonso e a Ferrari, o GP do Brasil foi na verdade um dos outros 18 que foram disputados no ano. Em outros termos, Interlagos não […]

SÃO PAULO | Dava para notar desde a última quarta-feira que a sina que Interlagos incorporou nos últimos tempos, mais precisamente cinco anos, terminaria. Como nem a chuva do sábado ajudou Alonso e a Ferrari, o GP do Brasil foi na verdade um dos outros 18 que foram disputados no ano. Em outros termos, Interlagos não tinha cara nenhuma de final, e absolutamente ninguém, nem mesmo na equipe italiana, ousou tratar assim. Uma prova em banho-maria.

Por ser um dos tantos, foi comum, com uma ordem esperada: as Red Bull, Alonso e as McLaren, sem que Massa conseguisse novamente ocupar o posto que lhe seria conveniente e normal na temporada, a sexta posição. 

No domingo que vem em Abu Dhabi é que o negócio vai pegar. Ainda em Interlagos ontem à noite, dei uma de Tristão Garcia e, contente, fiz no papel as combinações possíveis para o título dos quatro postulantes a tal, como comprovam os papéis abaixo:

Como se nota, a chance de Hamilton é 0,1%.  Ganha, torce contra os três outros desesperadamente, pede chuva e neve para que todo mundo se espatife, acorda e cai da cama. Só está para compor estatísticas e trololós.

Meus cálculos com ábaco apontam que Vettel tem 6,7%. Carro e gana para levar a mortadela ele tem, e é natural que ele bata Webber como tenho feito nas últimas corridas. Webber não incomoda, aliás. Uma vitória nos EAU pelo menos o põe empatado com o australopiteco. A questão simples é que ele precisa que Alonso termine em quinto. Isso significa que as McLaren teriam de ajudá-lo. Ou torcer para que o calor seja abissal e estoure o motor do hispânico e o jogue lá para trás numa eventual punição. Se perder o campeonato, pode pôr na conta da Renault e daquele abandono em Yeongam.

Com 21,8% de possibilidades, Webber só depende de dois fatores: Red Bull e Vettel. Porque Webber vai ter de esperar até a última volta para saber se vão deixar que seja campeão. Interlagos só serviu para mostrar que o australiano está por si só e que é dura é a agonia que vem da incerteza se Vettel será por ele. Webber tem carro e condições para ganhar, mas o resultado mais normal é que seja segundo. E aí dependeria de uma ordem de equipe de Christian Horner e/ou da boa vontade de Vettel.

Os 72,4% restantes indicam o terceiro título de Alonso. Um segundo lugar basta. Problema é que a pista abudhabiana é favorabilíssima aos carros taurinos. Que seja terceiro, pois. Aí vai ter de rezar e rebolar no ritmo de um flamenco para que Vettel bata o pé e vença. Ou que faça vodu para que Webber acuse o golpe que até agora só deu sinais em duas provas — sob chuva, China e Coreia.

Palpitaço até prematuro: Webber vence na última volta, com a cloaca na mão.