Blog do Victor Martins
F1

Brasileirinhas, 3

INTERLAGOS | Já é boa tarde aqui no autódromo, um calor dos infernos, e tal. Coletiva com os brasileiros rolou há pouco. E esta reunião entre os quatro pilotos brasileiros evidenciou que aquele que teve o ano mais complicado é que tem, oficialmente, a vida mansa para 2011. Felipe Massa acompanhou as declarações dos compatriotas […]

INTERLAGOS | Já é boa tarde aqui no autódromo, um calor dos infernos, e tal. Coletiva com os brasileiros rolou há pouco. E esta reunião entre os quatro pilotos brasileiros evidenciou que aquele que teve o ano mais complicado é que tem, oficialmente, a vida mansa para 2011. Felipe Massa acompanhou as declarações dos compatriotas na coletiva de imprensa sabedor de que seu lugar está garantido. Os demais, contentes por seus desempenhos na temporada, ainda negociam a permanência na F1.

A pergunta que abriu as atividades da entrevista referia-se exatamente à avaliação da temporada. Bruno Senna foi o primeiro a falar. “Pessoalmente eu me desenvolvi muito bem nesta temporada. E tem sido uma temporada muito boa para mim, porque a experiência que estou acumulando é muito valiosa”, e completou dizendo ser “muito importante continuar na F1” e que quer “lutar por pontos” em 2011, algo que é possível pelo “trabalho que tenho feito”.

Senna claramente vem desconversando ao falar do futuro — que falam à boca pequena estar bem encaminhado. Sabe-se, aí já de sua boca, que as negociações envolvem quatro equipes: Williams, Renault, Virgin e Lotus.

Lucas Di Grassi veio na sequência refletir que um ano de estreia é “extremamente difícil” para qualquer um. “Mas acho que meu ano foi especial também porque foi o primeiro ano da equipe”, referiu-se à Virgin. “Nós tivemos dificuldades com o carro, em como guiá-lo, mas estas dificuldades me ajudaram a ser um piloto melhor, e guiar em circuitos onde nunca tinha estado e os aprendizados que tive me ajudaram a entender como a F1 é difícil”, e então ressaltou a importância de ter um companheiro experiente, Timo Glock. “Meu balanço após 17 corridas é de que o ano foi bom, mas eu tenho certeza de que tenho mais a fazer e mais a aprender”.

Di Grassi, até onde se sabe, tem negociações mais avançadas para permanecer na Virgin — com concorrência forte do belga Jérôme D’Ambrosio — e conversa com outras duas equipes.

O terceiro a falar foi Rubens Barrichello. Contente, o piloto lembrou que deixou a vencedora Brawn para chegar à uma Williams que não briga por vitórias. “Nós começamos o ano numa posição não muito boa e desenvolvemos muito o carro”, disse, então elogiando a disposição do grupo de trabalho em entender o que precisava ser mudado. “O céu é o limite para essa equipe”, definiu.

Barrichello, mesmo, foi claro sobre sua opção para 2011. “Estou falando com a Williams e ninguém mais. E minha impressão é que estarei aqui no ano que vem”.

Massa encerrou a rodada. Não podia, obviamente, dizer que este ano foi pior que o 2009, quando teve seu acidente grave na Hungria. Repetiu em inglês as palavras que disse dias atrás no encontro com os jornalistas brasileiros. “Meu ano não foi como gostaria que fosse, principalmente em classificações”, contou a história dos pneus que não aqueciam apropriadamente e completou com o “espero que termine estas duas últimas corridas bem”.

Sempre há quem aponte uma fonte ali ou acolá que tire Massa da Ferrari e coloque em seu lugar um Robert Kubica, por exemplo. Apesar do histórico recente — de ter enxotado um desmotivado Kimi Raikkonen para receber um Fernando Alonso prestes a ser campeão novamente —, a equipe não dá sinal algum de que pretende mexer abruptamente no quadro para o ano que vem.

Barrichello vai continuar, é quase algo proforme sua renovação, mas vê uma Williams de pires na mão, precisando de milhões — daí a chegada de Pastor Maldonado. Senna tem quatro caminhos, mas um bem claro. E Di Grassi precisa de mais grana que um belga afortunado. Massa só pode dizer aos amigos — e a ele mesmo, pelo ano que teve —, em bom português, que a luta continua.