Blog do Victor Martins
F1

Brasileirinhas, 2

INTERLAGOS | A tradição foi quebrada, e em vez da L, a fila escolhida na sala de imprensa foi a I. Pouco muda, a não ser que ficamos mais perto da porta de entrada e mais longe das delícias da lanchonete e dos banheiros. O que está diferente, e não por menos estranho, é o ambiente. […]

INTERLAGOS | A tradição foi quebrada, e em vez da L, a fila escolhida na sala de imprensa foi a I. Pouco muda, a não ser que ficamos mais perto da porta de entrada e mais longe das delícias da lanchonete e dos banheiros.

O que está diferente, e não por menos estranho, é o ambiente.

Interlagos segue a mesma, mas agora com tintas antiderrapantes, softwalls com espumas de largas espessuras e aços galvanizados e um novo trecho de asfalto onde era grama ali na Descida do Lago. Mas a impressão que passa é que o GP do Brasil é só mais uma prova.

O agito é menor do que o dos últimos anos. As coletivas e os preparativos que rondam a prova são ínfimos perto do que se via — entrevistas tradicionais foram canceladas, eventos que levam gente que bebe para casa não aconteceram, o golfe já era, o patrocinador da equipe que agora tem um brasileiro resolveu convocar um encontro para falar com o piloto do safety-car, não há filas para o credenciamento, e aqui na pista, o negócio vai sendo feito com tanta calma que parece que não se vai conseguir deixar nada pronto para sexta de manhã, ou ainda, todos os beregodegos que eram meticulosamente montados e aprontados com riqueza de detalhes foi deixado de lado por conta da preocupação que haverá depois da corrida do domingo, em que todo mundo vai ter de voar direto para as Arábias, numa logística louca ocasionada pelos milhões despejados por aquela terra para sediar a etapa final do campeonato na capital daqueles sete emirados unidos.

O Brasil tem sido tratado, aqui e ali por essa gente da F1, como um rito de passagem para Abu Dhabi. Diferente do que acontece desde 2005, Interlagos não está com cara de decisão. Isso já começa a dizer alguma coisa.