Blog do Victor Martins
F1

Giro d’Italia, 3

SÃO PAULO | A F1 bem que tentou acabar com essa história de decidir as corridas nos pits eliminando o reabastecimento. Até que surtiu algum efeito no sentido de incentivar os pilotos a terem mais ação. Mas em Monza não tinha como ser diferente hoje. Estava bem claro, depois das primeiras voltas que Alonso ficou […]

SÃO PAULO | A F1 bem que tentou acabar com essa história de decidir as corridas nos pits eliminando o reabastecimento. Até que surtiu algum efeito no sentido de incentivar os pilotos a terem mais ação. Mas em Monza não tinha como ser diferente hoje. Estava bem claro, depois das primeiras voltas que Alonso ficou preso atrás de Button, que só a estratégia da Ferrari recolocaria o espanhol na posição de onde ele largou. Button era melhor de curva e impedia que Alonso entrasse colado para tentar superá-lo.

De forma geral nesta temporada, parar antes tem sido vantagem porque se aproveita melhor o novo jogo de pneus. Mas como na Itália os dois tipos de compostos fornecidos pela Bridgestone estavam funcionando de forma similar, era melhor para a Ferrari que esperasse a McLaren chamar seu lorde inglês para os pits. Não deu outra, e assim Alonso foi para la gallera numa corrida sem sal, aproveitando que acabo de ver a igual reportagem sobre Bonneville…

Massa não tinha muito que fazer a não ser manter seu terceiro lugar, mesmo, até porque não teve com quem disputá-lo. O adversário natural seria Hamilton, que destruiu sua suspensão ao tentar superar Massa na quinta curva da prova. Um erro consequente dos erros cometidos na classificação de ontem e uma performance totalmente adversa à que teve na Bélgica. Já é a terceira vez que Lewis fica sem pontuar no ano — mesma quantidade de Vettel e Alonso, por exemplo. Completou a cota.

Vettel se saiu totalmente no lucro. Digamos que aquele problema no motor realmente tenha sido um problema no motor, com documento juramentado da Red Bull e de Santa Lúcia de Viterbo de que, sim, Vettel tinha um problema no motor — os taurinos especulam um problema nos freios ou uma sobreviseira que foi parar na saída de ar. O alemão vinha em oitavo e, com um pit só na volta final, superou Webber — que havia, oh!, se aproveitado do problema de Vettel —, Kubica, Hülkenberg e Rosberg. O quarto lugar acaba o mantendo ali, na bica, 163 pontos, 24 atrás do companheiro, que volta a ser líder do campeonato. Seb tem de partir para a vitória em Cingapura para sair da lanterna do G5 do título — Hamilton manteve-se nos 182, Alonso foi a 166 e Button pulou para 165.

No mais, ótima prova de Hülkenberg, corroborando o que tem feito nas classificações, e andando neste fim de semana melhor que Barrichello, empacado a maior parte da corrida em Buemi. Como diz o velho amigo Helmuth Rogano, Hülkenberg já está sendo o micuim do brasileiro, décimo neste domingo. Rosberg e Kubica vieram na toada, nem bem nem mal, e até Schumacher pontuou, no mesmo esquema.

Acabou a Europa para a F1 neste ano, e agora é Ásia e Brasil. Cinco corridas e cinco pilotos. Todos bons, mas Vettel está um degrau abaixo e Webber vem com uma força celestial. Bem capaz que neste ano Interlagos não veja a decisão de título. Os xeques e califas de Abu Dhabi esfregam as mãos e dão risada.