Blog do Victor Martins
F1

Caracóis húngaros

SÃO PAULO | E, então, Christian Horner chegou ali na reunião e disse aos meninos: “Arrebentem”. Tem até quem ouviu um “let’s show who commands this bagaça here”. A fonte não é muito confiável. Enfim. O desempenho da Red Bull hoje na Hungria já faz pensar se a vitalidade que a Ferrari apresentou na Alemanha não se […]

SÃO PAULO | E, então, Christian Horner chegou ali na reunião e disse aos meninos: “Arrebentem”. Tem até quem ouviu um “let’s show who commands this bagaça here”. A fonte não é muito confiável. Enfim.

O desempenho da Red Bull hoje na Hungria já faz pensar se a vitalidade que a Ferrari apresentou na Alemanha não se tratou de uma exceção, o “one-off” que tanto Evelyn Guimarães gosta de dizer na redação, sorvendo um café. 

É claro que a Ferrari vem bem, muito melhor do que estava antes de Valência. É nítido que se transformou em segunda força desde que todos os apetrechos aerodinâmicos ficaram comuns a todos do G4 — e isso inclui o duto frontal e o conjunto difusor-escapamento. Mas chegar ao fim de uma sexta-feira e ver que a Red Bull de Vettel já está 0s5 à frente traz aquela sensação de que o caminho do vinagre é logo ali, nas curvas estreitas e chatas do Hungaroring.

Alonso ainda se pôs em segundo, pouca coisa à frente de Webber. Só que é mais pelo fato de Webber não ter encaixado uma volta ideal do que propriamente um esforço hercúleo do espanhol. Nada mais racional pensar, portanto, que a disputa da pole deva incluir só os dois pilotos taurinos que vêm empatados no campeonato.

A Massa deve restar o quarto lugar no fim de semana, sempre naquelas CNTP da vida. Aparece, vez ou outra, um instituto de meterologia para confundir a gente ou uma equipe ou piloto para desmentir. A McLaren definitivamente perdeu o rumo com a história do ‘blown diffuser’. A Renault veio melhor com Petrov do que com Kubica. E é claro que não é muito prudente apostar as fichas no russo que tem de provar que merece ficar no time cosmopolita da F1 em 2011.

Comecei a rabiscar aqui um esboço do campeonato com os prováveis resultados da corrida de domingo, considerando que vá haver uma ordem Red Bull-Ferrari-McLaren. A dupla energética passaria a 161 e 154 pontos, seja com quem for. Hamilton teria algo entre 165 e 167. Button pularia para 151 ou 153. E Alonso chegaria a 138. Ou seja, a McLaren já começaria na prática a sofrer os efeitos de sua queda, perdendo a dobradinha que passou a ter desde o GP do Canadá. E já poderia ter a liderança perdida na Bélgica com uma nova vitória de quem ganhar na Hungria.

Evidente que é um exercício evoluído de futurologia, uma tábua de probabilidades. Mas é muito mais agradável falar de como a competição está interessante na esfera esportiva e existe a pleno, principalmente entre os companheiros de duas equipes. A terceira, como bem se sabe, nunca vai aprender isso.