SÃO PAULO | Negócio é o seguinte, rapaziada. Conversei aqui e ali com algumas boas fontes passarísticas, e a questão da punição de Helio Castroneves em Edmonton pode ter sido apenas o estopim de uma guerra de bastidores que ocorre entre a Penske e o diretor de prova Brian Barnhart.
Barnhart não é muito bem visto pelas equipes e pilotos e tem perdido poder na categoria com a saída de Tony George e família e a entrada de Randy Bernard e outros dirigentes. A Penske tem suas restrições desde 2008, quando Helio foi punido em Chicago. Roger Penske, mesmo, não se envolve em polêmica, mas delega a seus subordinados diretos o que cada um deve fazer — leia-se o estrategista Tim Cindric.
Daí o que se passou no domingo no aeroporto do próspero estado de Alberta ter representado uma retaliação de Barnhart.
Neste cenário, entra uma informação importante: nos últimos dias, Helio foi sondado para correr na Nascar. A equipe não é revelada nem sob tortura de acompanhar aquele comercial da Net e do tal do Hamilton. Mas é importante ponderar que a Penske tem uma equipe lá — com Sam Hornish, que está sob ultimato — e que o brasileiro é muito amigo de Jeff Gordon e de Juan Pablo Montoya.
Helio já admitiu, na Grande Entrevista que fiz no começo do ano, que a Nascar é o próximo passo. Até sexta, deve receber ligação de Barnhart para conversar sobre seu instante de cólera após a corrida, em que pegou Charles Burns, o diretor de segurança, pelo colarinho. Tal qual o Conselho Mundial da F1, o brasileiro será julgado e a decisão deve sair na semana que vem, antes da etapa de Mid-Ohio. Uma exclusão de corrida poderia até acelerar, ainda que só neste fim de ano, a ida de Helio para a Nascar — já que, em termos práticos, Castroneves já não concorre mais ao título da Indy.
E aí, seria uma boa Helio largar a Indy e se aventurar no mundo do turismo americano? Sinceramente, é cedo demais.