Blog do Victor Martins
F-Indy

O novo é o velho

SÃO PAULO | A Indy escolheu continuar com a Dallara como sua fabricante de chassi. O esqueleto, propriamente dito. Porque nem tudo vai necessariamente ser da empresa italiana. A categoria vai ter ares de pseudoconstrutora a partir de 2012. A Dallara vai entregar às equipes o cockpit, a suspensão e uma opção de bico — a asa […]

SÃO PAULO | A Indy escolheu continuar com a Dallara como sua fabricante de chassi. O esqueleto, propriamente dito. Porque nem tudo vai necessariamente ser da empresa italiana.

A categoria vai ter ares de pseudoconstrutora a partir de 2012. A Dallara vai entregar às equipes o cockpit, a suspensão e uma opção de bico — a asa dianteira, como um todo, não conta. Os times poderão, no entanto, escolher um pacote aerodinâmico das quatro derrotadas — BAT, DeltaWing, Lola e Swift; isso se elas toparem fazer —, pegar d’outra empresa ou ainda produzir o seu próprio, desde que as especificações estejam de acordo com o imposto pela Indy. Além disso, o custo desse kit não pode ser superior a US$ 70 mil. E cada equipe vai poder usar até dois por ano — cada pacote vai conter um kit para oval e outro para mistos.

Então, a Ganassi, se bem entender, pode ir lá fazer sua lateral, sua asa traseira, sua aleta, e se tiver tudo dentro dos conformes, vai até poder chamar seu chassi de Ganassi.

O carro vai pesar menos, 627 kg, e cada equipe vai poder desenvolver dois kits aerodinâmicos durante a temporada, que estarão disponíveis a todas as outras. Em termos de preço, será 45% mais barato do que atualmente: vai custar US$ 385 mil.

O que pude observar da transmissão ao vivo é que muita coisa foi pega do conceito da DeltaWing — única a ser nonimalmente parabenizada dentre as concorrentes, antes do anúncio. O Benito Santos, exímio cozinheiro, me ajudou lá de Indy. Além de empresas fabricando ‘aerokits’, a Dallara copiou a ideia de ter uma fábrica em Speedway — não dentro do autódromo, como se imaginava; Speedway é um local intermediário entre um bairro e uma cidade, que nem eu muito menos o Benito sabe definir, onde fica o IMS. Os italianos vão prover empregos a 80 funcionários. A DeltaWing só não ganhou porque o carro era radical demais, eufemismo para horrível esteticamente.

O problema é o tempo escasso. 18 meses para iniciar a estrutura da sede e do carro, ver quais são os motores e entregar tudo às equipes para que testem o chassi e os pacotes parece pouco. Mas, all in all, a Indy deu um tiro certeiro.