Porque Bernie e sua trupe recolocaram o Canadá, o país daquela moça que embarcou comigo no voo para Washington e tinha seus traços malaio-tailandeses, talvez indonésios, não sei bem distinguir, que seja, o Canadá volta à F1 só quando a F1, talvez, queira saber do Canadá.
Não conheço uma pessoa no mundo que fale mal do Canadá, mesmo quando queiram defini-lo como os EUA que deram certo, ou algo do tipo. Tiraram o Canadá do calendário por um ano, consertaram o erro, mas ainda aplicaram uma punição, ao que parece. Aquela coisa ecclestoniana, do tipo arrumem um bom patrocinador e organizador para que nunca mais ouse sair desta jornada chamada F1 por um bom tempo, então bem-vindos a ela, mas ainda não totalmente.
Porque botaram o Canadá bem no fim de semana de estreia da Copa do Mundo.
E o mundo está cagando para o Canadá, para Montreal, para a ilha de Notre Dame, para Québec e seu ar francês, e por mais que não se goste da Copa, cada respiro profundo que vamos dar a partir da próxima sexta terá moléculas de Jabulani, moléculas que não se partem, que não permitem mistura, é Copa, Copa e Copa, e a F1 poderia entender isso porque é de uma burrice inominável querer concorrer com um evento deste porte neste mês. Deveriam abolir F1 e outras competições esportivas, mas Bernie e sua turma resolveram até colocar uma corrida no dia da final, lá na Inglaterra, e nem quero ir muito além se os ingleses estiverem nesta final, pobre Silverstone, também.
Amanhã começa, mesmo, a regressiva na semana da Copa, e a F1 vai ter de viajar para o Canadá. Só que a F1 vai apresentar as equipes e suas rivalidades, pilotos se concentrando em meio aos plasmas, fazendo tiradas no Twitter preocupados com o que acontece na África, a África que é esquecida pela F1 que só vê olhos para o dinheiro, dinheiro que a cega e a impede de ver que Copa, cazzo, é Copa, e que suas decisões vão, entre outras coisas, relegar o Canadá.
Anos atrás, o desenho South Park apresentou o ‘Blame Canada’, 1998 ou 1999, que chegou a ser até indicado para o Oscar, ofensiva a muita gente daquele povo, as cantoras Celine Dion e Anne Murray, por exemplo. Bernie acabou sendo o compositor da nova versão da música.