Blog do Victor Martins
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Du Monacô, 5

SÃO PAULO | Enfim, a corrida. A Red Bull demorou seis provas no ano, quase um terço da temporada, para estabelecer a verdade da atual F1.  Os dois pilotos, em igualdade de condições e sem privilégios, 3 a 3 na disputa do grid, 78 pontos cada, e uma vitória a mais para Webber ocupar o posto de […]

SÃO PAULO | Enfim, a corrida. A Red Bull demorou seis provas no ano, quase um terço da temporada, para estabelecer a verdade da atual F1.  Os dois pilotos, em igualdade de condições e sem privilégios, 3 a 3 na disputa do grid, 78 pontos cada, e uma vitória a mais para Webber ocupar o posto de destaque na classificação geral.

E Webber  levou oito anos na carreira para ver pela primeira vez seu nome como líder do campeonato. A vitória de hoje foi maiúscula e impávida, e não fossem os safety-cars da vida, não duvido que a diferença superasse os 30 segundos de vantagem para Vettel tamanha a facilidade de fabricar voltas rápidas em sequência — ainda que a melhor de todas tenha sido registrada pelo alemão.

Mark não fez lá a mais perfeita das largadas. Se fosse num circuito com uma reta maior, digamos que Barcelona, mesmo, Vettel teria conseguido a ultrapassagem. Mas ao alemão bastou passar Kubica e cuidar dos freios para que fosse o melhor do resto.

A corrida só não foi um sonífero completo porque a Williams resolveu fazer companhia às novatas R3+Sauber (grupo das relegadas) e apequenou-se. Hülkenberg teve problema de embreagem, teve de largar em último e disse que do nada foi parar no túnel. E Barrichello perigosamente foi parar no muro com um problema na roda. Foram duas paralisações que só serviram para agrupar o pelotão, bem como o boaueirot, mais conhecido como bueiro, que perdeu sua tampa. E a última entrada do SC foi a que provocou todo o rebu do fim da prova, com Trulli perdido na corrida e na carreira tentando superar Chandhok à força na Rascasse. O italiano passou raspando, literalmente, o indiano.

Massa veio muito bem, diferente do que ocorrera há sete dias, só que não teve como conseguir algo melhor. Aliás, se a punição de Schumacher para mim não é motivo de discussão, tem uma que poderia ter sido aplicada ao Massa. Ou só eu que notei que ele passou sobre a linha amarela assim que deixou os pits?

Rosberg era um que parecia se dar bem com sua parada tardia, mas a volta de Webber à sua frente quando o australiano parou foi minando sua possibilidade de andar mais rápido que os seus rivais mais próximos. E a Ferrari mandou bem demais ao chamar Alonso para os pits assim que Hülkenberg se espatifou.

Aliás, Alonso andou reclamando de Di Grassi, que o segurou por três voltas. Diriam os espanhóis que não torcem por ele que se trata de um mimadito. Lucas, como se sabe bem, não tinha obrigação nenhuma de abrir passagem, e pelo que pude perceber, só acabou sendo superado porque a Virgin não tem estabilidade alguma na curva de saída do túnel, e, deslizante, não teve como prolongar a disputa. Coisa que Trulli, Glock e Kovalainen nem esboçaram. Fracos.

No fim das contas, a Red Bull agora vai a galope para a Turquia em duas frentes. Kurtkoy/Istambul é um circuito bem diferente dos dois últimos, e por mais que tudo ande conspirando a favor de Webber, Vettel deve voltar. Em termos de velocidade pura, o alemão é melhor. Mas confesso que estou achando legal um cara tão bacana quanto Webber ser rei por, pelo menos, duas semanas.