Blog do Victor Martins
F1

Te amo, española, 2

SÃO PAULO | Como sempre, pior que porre de Sangue de Boi. Foi Webber acertar a largada e impedir que Vettel o ultrapassasse para chegar à terceira vitória, a mais fácil e mais pungente para os demais. Porque ninguém, nem mesmo o companheiro, ousou acompanhar seu ritmo. E mesmo se acompanhassem, difícil que Webber fosse […]

SÃO PAULO | Como sempre, pior que porre de Sangue de Boi.

Foi Webber acertar a largada e impedir que Vettel o ultrapassasse para chegar à terceira vitória, a mais fácil e mais pungente para os demais. Porque ninguém, nem mesmo o companheiro, ousou acompanhar seu ritmo.

E mesmo se acompanhassem, difícil que Webber fosse superado. Não dá. Todo ano é a mesma coisa. Não se tem corrida na Espanha. Não tem diferença nenhuma para Mônaco. Um carro escancaramente superior sofre para passar o outro — e não consegue. Vide Button que ficou encaixotado atrás de Schumacher ou de Rosberg seguindo Hülkenberg — que só teve êxito com um leve pito de seu engenheiro via rádio.

Assim, as equipes só tiveram uma única chance de mudar as posições, já que adotaram a estratégia de uma parada só. Ali que a McLaren deu o segundo lugar a Hamilton, e Vettel, com mais carro, nem se preocupou ou esteve perto de brigar para recuperá-lo.

Alonso, quem diria, nada fez. Largou em quarto, não passou ninguém, ninguém perturbou, terminou em segundo. Porque Vettel é ótimo, mas é meio afobado quando as coisas não lhe são favoráveis, passando a exigir muito do carro. Aí ele cometeu um erro qualquer num circuito em que erros não são aceitáveis porque é de amplíssimo conhecimento, faz uma parada extra e deu o lugar ao pódio ao espanhol. Que foi corroborado com o pneu estourado e o consequente abandono de Hamilton na penúltima volta. Além do imenso rabo, o ilusório lugar após o vencedor representou uma dádiva para aquela torcida que pouco se animou com aquelas 66 voltas.

Button pelo menos tentou recuperar o quinto posto perdido nos pits para Schumacher. Foram algumas 15 voltas perseguindo o alemão. Depois desistiu. Acabou com a posição pelo infortúnio do companheiro. Massa, com parte de sua asa entortada, comboiou os dois e veio atrás. Só também.

Sutil colocou a Force India em sétimo, Kubica foi oitavo e Barrichello recebeu como consolo dois pontos. Alguersuari fechou a zona de pontos, outro premiado por ter feito a ultrapassagem mais bela da corrida, talvez a única relevante, sobre Hülkenberg.

Button, o sempre subestimado, segue líder, 70 pontos, três à frente do rabo d’ouro Alonso. Vettel chega a 60 e traz Webber, que subiu para 53. Rosberg estacionou nos 50 e Hamilton e Massa estão empatados com 49. Os sete podem aparecer na liderança do campeonato em Mônaco. Se a prova é uma lástima, é pelo menos o outro extremo do que apresenta a classificação geral.

No mais, o destaque foi a preocupante lerdeza das novatas, principalmente a Hispania. Mas as regras não vão mudar para Monte Carlo. Menos mal. A categoria quis ter equipes novatas, impôs como condição um teto orçamentário, recuou e fornicou sem vaselina com a vida delas. Num mundo em que os testes são proibidos, elas não têm como melhorar. E, também, já que a F1 se propõe a correr num circuito apertado como parte de uma tradição e um glamour, que arque com as todas consequências porque faz parte do jogo.

E como terminaria o professor Pasquale, é isso. Tá bom demais pelo que vimos hoje.