Blog do Victor Martins
F1

Vida inteligente na F1

SÃO PAULO | O tempo é escasso, a revista precisa ficar pronta, mas agora pintou espaço para um post, finalmente. Surgiu ali uma ideia para que a classificação do GP de Mônaco sofra uma alteração válida. Para evitar reclamações e desgastes com o aumento de carros — e lentos — no grid, a proposta é de que, sabendo que […]

SÃO PAULO | O tempo é escasso, a revista precisa ficar pronta, mas agora pintou espaço para um post, finalmente. Surgiu ali uma ideia para que a classificação do GP de Mônaco sofra uma alteração válida. Para evitar reclamações e desgastes com o aumento de carros — e lentos — no grid, a proposta é de que, sabendo que as três equipes novatas vão ocupar as últimas posições no grid, que treinem sozinhas no Q1, definam suas posições, e que só a partir do Q2 os outros 18 entrem na pista. 

A ideia, que será levada ao conhecimento da FIA, partiu de um piloto. De Bruno Senna.

É bem provável que Charlie Whiting, delegado técnico da entidade, só avalie a situação depois que os primeiros treinos livres forem realizados e considere firmemente a possibilidade quando verificar que as debutantes estejam 8 ou 9 segundos mais lentas. Ou que se trate de uma cláusula petrea, que o jogo seja igual pra todos e que aquilo faz parte.  Mas o episódio apenas corrobora a postura diferenciada de Senna.

Pode-se discutir se Senna é bom o suficiente para estar na F1, pode-se alegar uma série de coisas atreladas ao seu sobrenome, pode-se criticar sua decisão de entrar na categoria por uma equipe que se arrasta e que quase não existiu. O que não se pode, nem se deve, colocar em questão é sua capacidade intelectual.

Atleta, em geral, cresce distante dos estudos e perde muito da sua capacidade de raciocínio. Conversei com Senna na vida umas duas ou três vezes. A gente nota que é diferente, que há conteúdo. Uma ideia destas deveria ter partido há muito tempo de pilotos mais experientes. De Jarno Trulli, por exemplo, que já frequentou o pelotão da frente, que já venceu em Monte Carlo e que hoje navega no mesmo mar da draga que o brasileiro.  E é bom dizer que no mesmo nível está Lucas Di Grassi, cujo QI é extremamente elevado — tanto que faz parte da Mensa Brasil. 

Em meio a tanto marasmo e discurso repetido, ao menos a F1 ganha uma vida inteligente.