Blog do Victor Martins
F1

Lá da Malásia

SÃO PAULO | A Ferrari deve ter alguma cota de cagadas a cumprir por temporada. Se for na Malásia, então, a condecoração é redobrada. E a McLaren resolveu partilhar deste nobre ato. A Mercedes só não seguiu a mesma linha porque não ia ter tanto lugar para todo mundo ali no fim do grid — nem assim a […]

SÃO PAULO | A Ferrari deve ter alguma cota de cagadas a cumprir por temporada. Se for na Malásia, então, a condecoração é redobrada. E a McLaren resolveu partilhar deste nobre ato. A Mercedes só não seguiu a mesma linha porque não ia ter tanto lugar para todo mundo ali no fim do grid — nem assim a Hispania conseguiu se beneficiar. E Massa, Hamilton, Alonso e Button, de mãos dadas, unidos em uma só voz, vão ter de partir para uma corrida desgastante e perigosa neste domingo.

Sim, porque a chuva vai vir — e é ótimo que a F1 não atenda os desejos do narrador da TV brasileira para que a Europa despenque da cama para ver a corrida; assim a emoção que só a intempérie pode causar nas tardes malaias está garantida. A vida dos quatro pilotos é evidentemente muito mais complicada porque os riscos são muito maiores lá atrás, com a necessidade e a responsabilidade de galgar posições diante de um spray eterno e na iminência de acidentes e incidentes que os demais podem provocar.

Lá na frente, livre de toda a pressão por correr em casa, Webber ousou ao optar pelos pneus intermediários — e a decisão partiu do próprio piloto — para ficar com a pole que poderia ter sido de Sutil e da Force India que teve a atitude mais genial dos últimos tempos: emparelhar na saída dos boxes os dois carros para evitar que espertinhos como Kubica furassem a fila. Bem que a F1 podia ter um marronzinho ali do CET para multar o polonês.

Ali ao lado de Webber larga Rosberg, que flerta com a primeira vitória há tempos. Ouso dizer, se bem que não precisa de tanta ousadia assim, que o alemão tem a grande chance da carreira de ganhar uma corrida. Primeiro porque Webber é uma inconstância só e, sobretudo, porque sua alva bunda, como adora dizer Flavio Gomes, está virada para a Lua e os demais astros celestiais. E como o céu é quem vai decidir o GP em Sepang, aponto o rapaz como favorito.

Vettel larga em terceiro e deve fazer prova mais cautelosa, sem andar na frente. Para que nenhuma zica do pântano volte a lhe acontecer. Sutil larga em quarto e pode beliscar um pódio com este ótimo carro indiano, esta Tata que deu certo. Hülkenberg se mostrou ótimo piloto de chuva e larga duas posições à frente de Barrichello, que terá Schumacher ao lado. Hum. De novo os dois lado a lado. Interessante. Bem interessante.

É, como diz o outro, temos uma corrida.