Blog do Victor Martins
Automobilismo brasileiro

O caso do autódromo de Taubaté

SÃO PAULO | O caso da morte do autódromo de Taubaté esbarra em dois pontos principais: a burocracia do poder público e o desinteresse da CBA em tocar o projeto, com a alegação de que não há recursos para bancar as obras. O Blog Victal apurou que a última reunião formal e oficial aconteceu em […]

SÃO PAULO | O caso da morte do autódromo de Taubaté esbarra em dois pontos principais: a burocracia do poder público e o desinteresse da CBA em tocar o projeto, com a alegação de que não há recursos para bancar as obras.

O Blog Victal apurou que a última reunião formal e oficial aconteceu em 18 de maio de 2007, da qual participaram dez pessoas, dentre as quais o prefeito de Taubaté, Roberto Pereira, três engenheiros, uma arquiteta e Eduardo Gliorio Peixoto, assessor do então presidente da CBA, Paulo Scaglione.

Ficou estabelecido de início. que a CBA teria de entregar no prazo de cinco anos, portanto até maio de 2012, o autódromo pronto, com apoio evidente de parceiros. A ata da reunião relata posteriormente que Peixoto cobrou da prefeitura o seguimento do cronograma e o andamento das obras de terraplenagem e drenagem para que pudesse apresentar a investidores.  O prefeito disse que a questão dependia da aprovação da Câmara Municipal — que também seria a responsável pela autorização da cessão de uma área maior para construção do autódromo.

Naquele dia, a prefeitura entregou à CBA um projeto básico de terraplenagem e drenagem, sendo que a confederação tinha 15 dias, portanto até 2 de junho daquele ano, para aprová-lo. A CBA já havia apresentado seis meses antes seu projeto para a área, incluindo o traçado da pista, que teria nível internacional, e então deu aval ao plano da cidade. O caso foi mandado à Câmara.

O prefeito Pereira foi reeleito em 2008. No ano passado, é bom lembrar, o alcaide chegou a ter seu mandato cassado por duas vezes, em acusações relativas ao não-declaramento de doações recebidas de empresários na época de seu período eleitoral e, vejam, por oferecer terrenos em troca de votos. O governante conseguiu, no entanto, se manter no cargo. O presidente da CBA, desde março do ano passado, é Cleyton Pinteiro. Que deixou o caso morrer.

Pinteiro afirmou ao Blog Victal na tarde de hoje que não pôde intervir na questão porque “a CBA não tem recursos para construir um autódromo”. “Isso custa cerca de R$ 150 milhões”, alegou, completando que o autódromo só sairia “se alguém tivesse a condição de tocar a obra e conseguisse a homologação com a FIA”.

Pinteiro falou que o acordo com a prefeitura de Taubaté havia sido praticamente rompido antes do início de sua gestão. “Não tive participação”, também salientou Cleyton, que era vice-presidente da chapa de Scaglione. E o dirigente, para reafirmar a desvinculação da CBA com o processo de composição do autódromo, fez uma comparação com o futebol. “É como a CBF pagar para fazer um campo.” 

É isso.