Blog do Victor Martins
F1

O dilema de um campeão

SÃO PAULO | Jenson Button vive uma situação das mais complexas. Agora com um título nas costas, ainda que desmerecido por muitos — e muito disso se deve ao fato de as conquistas do começo da temporada terem ficado esquecidas pela ausência delas no fim —, o inglês tem de fazer uma escolha entre duas equipes […]

SÃO PAULO | Jenson Button vive uma situação das mais complexas. Agora com um título nas costas, ainda que desmerecido por muitos — e muito disso se deve ao fato de as conquistas do começo da temporada terem ficado esquecidas pela ausência delas no fim —, o inglês tem de fazer uma escolha entre duas equipes que certamente vão figurar entre as protagonistas em 2010, mas onde ele, Button, ficará relegado como um segundo piloto de luxo.

É claro que a Mercedes vai injetar dinheiro e unir toda a bagagem que tem na F1 com a sapiência de Ross Brawn para dar sequência ao ano vitorioso que a equipe do engenheiro inglês teve em sua única temporada na categoria. Mas a montadora é uma daquelas empresas que valorizam ao extremo a nacionalidade. Não à toa vão assinar, ou já assinaram, com Nico Rosberg. E terá atenções e regalias como a de piloto principal, ainda que Nico não tenha nenhuma vitória para contar história. Até aí, Button só tinha uma no início de 2009. E o salário que a Mercedes pretende oferecer não deve chegar nem perto do que a McLaren pode lhe ofertar.

Já a McLaren volta a ser independente, inglesa por essência, mas extremamente dependente de Lewis Hamilton. Ter Button em seu elenco faria dela quase uma Force Britain, só que deixaria o atual campeão na condição de suporte do campeão do ano passado. Se não foi Fernando Alonso aquele que mudou o foco da McLaren, não será Button quem terá força para tal. Um acordo com a equipe, pois, deve se resumir meramente à questão salarial e do status de correr pela equipe tradicional do que propriamente tentar lutar pelo título de 2010.

Para as duas equipes deve ser valioso manter o número 1 em seus carros, ainda mais para a Mercedes, que volta à F1 na condição de escuderia após 55 anos.  Ambas conscientes, e Button também, de que ao piloto é uma imagem meramente ilustrativa.