Blog do Victor Martins
F1

A vitória e a sobrevida

SÃO PAULO | A corrida italiana em si estava delineada na estratégia, e é óbvio dizer que, enfim, a Brawn acertou finalmente numa que diferenciava das duas paradas — todas as vezes que apostou em três, se deu mal. Não à toa Barrichello estava pimpão ontem, e sua preocupação em Monza só se encontrava na eventual […]

SÃO PAULO | A corrida italiana em si estava delineada na estratégia, e é óbvio dizer que, enfim, a Brawn acertou finalmente numa que diferenciava das duas paradas — todas as vezes que apostou em três, se deu mal. Não à toa Barrichello estava pimpão ontem, e sua preocupação em Monza só se encontrava na eventual troca do câmbio.

E já que a peça não foi trocada, a questão era não errar na largada e se manter à frente de Button. Foi o que aconteceu, e a vitória veio até que fácil com as táticas “comuns” de Hamilton, Raikkonen e Sutil. Uma bela vitória numa reação das mais dignas e bonitas que se tem visto na F1. E vale destacar a postura de Barrichello: sem mais polêmicas ou insinuações de benefício ao adversário.

Desde o GP da Inglaterra, exceto na Alemanha — onde houve aquela “inversão” no fim da corrida — e na Hungria — largou muito atrás e estava sem cabeça pelo acidente de Massa, Barrichello vem tirando pontos de Button. O problema é que em seis corridas foram 12 pontos, média de dois, portanto. E Rubens precisa tirar agora 14 em quatro provas.

E para descontar uma média de 3,5 por corrida, há o Brasil. Será natural a torcida por Barrichello, tal como, ou até maior, o público que foi a Interlagos no ano passado fez por Massa. Se tiver chances, será a primeira vez que o brasileiro vem para sua casa na condição de postulante ao título. O grande entrave é o retrospecto que Rubens tem na pista paulistana.

Seria bom, então, que Barrichello usasse Cingapura e Japão como gorduras, vencendo e torcendo para que mais gente, McLaren e Ferrari, quiçá Force India e Red Bull, chegasse entre ele e o companheiro inglês, para que não tenha de vir ao Brasil tentando salvar um possível match point contra.

E se Barrichello tem, sim, chances de conquistar o título, é bom dar uma segurada no ímpeto que alguns já aplicaram em crer que Rubens pode ser campeão em Interlagos. É praticamente impossível. Barrichello, para ser campeão, teria de descontar os 14 pontos, abrir mais dez de frente e mais um por conta do número de vitórias a mais de Button. Ou seja, Barrichello teria de fazer 25 pontos em 30 possíveis e torcer para Button não pontuar. 

O bacana disso tudo é que a F1, que parecia fadado ao marasmo da conquista prematura de Button, ainda é atração. Pena que quase na condição de detalhe por conta das novelinhas e séries paralelas dos personagens que fazem parte dela.