SÃO PAULO | Trecho da entrevista que fiz com Roberto Moreno no ano passado, durante o Desafio das Estrelas de Kart, em Florianópolis, publicada no começo deste ano no Grande Prêmio:
GP: E até o Briatore chegar àquele bar em Nice para falar que você não correria mais na equipe dele [Benetton], o que aconteceu? Primeiro de tudo, como era seu contrato? Você era segundo piloto, tinha alguma restrição?
RM: Eles fizeram uma coisa tão em cima da hora que pegaram o contrato do Nelson, botaram meu nome, botaram meu valor e assinaram comigo. Então a única cláusula pela qual eles poderiam me tirar de lá era de que eu não era mentalmente ou fisicamente apto a dirigir. Eu tinha acabado de ser quarto colocado na Bélgica, fazendo a volta mais rápida, e eles vieram com essa, com a demissão. Quando você tem a Mercedes por trás, investindo o dinheiro que eles estavam aplicando, no (Karl) Wendlinger, no (Heinz-Harald) Frentzen e no Schumacher, quando tem aquele poder todo por trás, com interesses enormes, não tinha jeito.
GP: Sim, mas já que você era mental e fisicamente apto a dirigir, qual foi exatamente a desculpa que deram para tirar você da Benetton?
RM: Na quarta-feira antes da corrida de Monza, eu já deveria estar viajando e ele quis me encontrar no aeroporto de Nice. Fui encontrá-lo naquele bar, e ele me disse: “A gente vai botar o Schumacher a partir dessa corrida. A gente vai te pagar normal. Aconselho você a ficar em casa, diga que você machucou o pé, e a gente bota o Schumacher no seu lugar.”