SÃO PAULO | A Renault levou oito dias, talvez esperando o resultado já esperado do recurso impetrado na Corte de Apelações da FIA, para comunicar que Nelsinho Piquet não fazia mais parte da equipe.
O comunicado, emitido às 9h no horário inglês, cita três vezes o nome do brasileiro. Diz que foi “liberado das obrigações do time com efeito imediato” em um “acordo mútuo” para “o melhor interesse de ambas as partes”.
Flavio Briatore só agradeceu a Piquet “por sua contribuição” no ano e meio em que esteve na Renault e “deseja para ele o melhor”. Nenhum ataque, nenhuma menção a nada do que Nelsinho falou na semana passada, estranhamente uma postura bem sossegada e tranquila, não condizente com a postura do dirigente.
Quando sair do armário do comunicado em si, durante o fim de semana, deve vir alguma coisa. Se não vier, o zunzunzum que eu ouvi de que muita coisa no ventilador pode ser revelada é o motivo para o cala-a-boca de Briatore.
Fato consumado, a verdade é que Romain Grosjean entra para a equipe no pior momento possível. Primeiro porque o carro não é lá essas coisas, e se for, o é só para Fernando Alonso. Segundo porque Grosjean, piloto de mediano para ruim, não atravessa uma fase das melhores na GP2. É só pegar a tabela de classificação e verificar: nas duas primeiras rodadas duplas, o franco-suíço fez 31 pontos. Nas quatro seguintes, apenas 14. Terceiro: o que tem de nego secando este rapaz…
Outra verdade é que Lucas Di Grassi, que passa a ser o reserva da Renault, se reveste da obrigação de ganhar o título da categoria de base da F1, tendo de descontar uma diferença de 17 pontos para o ascendente alemão Nico Hulkenberg. A Renault, vale lembrar, é quem toca a GP2…
O futuro de Nelsinho é que é uma incógnita, por ora. Mas dificilmente não estará em alguma equipe em 2010. O interessante será o desenrolar das negociações e a forma com que o pai Nelsão vai se envolver, agora como empresário oficial ou possivelmente com a função de dirigente no time escolhido.