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A demissão de Nelsinho

SÃO PAULO | Oficialmente, Nelsinho Piquet deixa de ser piloto da Renault a partir desta segunda (3). O Blog Victal confirma a informação de que o GP da Hungria foi o último do brasileiro na equipe. A assessoria de Nelsinho vai emitir um comunicado nas próximas horas ratificando sua demissão. A saída de Piquet foi decidida no meio da […]

SÃO PAULO | Oficialmente, Nelsinho Piquet deixa de ser piloto da Renault a partir desta segunda (3). O Blog Victal confirma a informação de que o GP da Hungria foi o último do brasileiro na equipe.

A assessoria de Nelsinho vai emitir um comunicado nas próximas horas ratificando sua demissão. A saída de Piquet foi decidida no meio da semana passada, entre quarta e sexta-feira.

Paul Gilham/Getty Images

Brasileiro, mas nascido na Alemanha, Piquet foi anunciado piloto de F1 em 10 de dezembro de 2007, na condição de companheiro de Fernando Alonso, que quebrava seu acordo com a McLaren para voltar à Renault. Mal em suas primeiras provas, provocou rumores de que seria dispensado. A situação foi anestesiada com um segundo lugar casual no GP da Alemanha do ano passado. Mas novos desempenhos módicos vieram, e com a chegada do fim da temporada, a possibilidade de uma substituição por Lucas Di Grassi quase se tornou real. No GP do Brasil, que encerrou o ano, uma reunião entre o pai Nelsão e Flavio Briatore em Interlagos selava a surpreendente continuidade em 2009.

Mas a Renault impôs condições para a permanência de Nelsinho. Até o meio do Mundial, o brasileiro teria de atingir ao menos 40% da pontuação que Alonso conquistasse. Com o R29, modelo de mediano para fraco, e ainda sem os mesmos desenvolvimentos aerodinâmicos contidos no carro do espanhol, Piquet ficou no zero. Fora da pista, ouviu críticas constantes do chefe Flavio Briatore, que chegou ao ponto de pressioná-lo 15 minutos antes da largada da corrida em Nürburgring, lembrando-o da cláusula de seu contrato.

Nelsinho chegou a ser demitido após o citado GP da Alemanha, em que largou em décimo — a primeira vez que conseguia sair à frente de Alonso na carreira — e terminou em 13º. Na terça-feira seguinte, de manhã, os Piquet se reuniram com Briatore, e novamente conseguiram manter o piloto na equipe, então para a prova na Hungria.

Lá, Nelsinho teve o mesmo carro que o parceiro. As críticas seguiram. As alegações por seu desempenho foram transformadas em desculpas pelo dirigente italiano, de forma irônica. Piquet, enfim, desabafou. Respondeu que Briatore não entendia “porra nenhuma” do que acontecia na Renault, escancarando o cenário do inferno. Para piorar, ficou com o 14º lugar no grid, enquanto Alonso obtinha a pole. Foi 12º em sua corrida final na equipe francesa.

Em números, foram 28 GPs, 19 pontos, uma sétima colocação como melhor posição de largada e um pódio.

Blog Victal apurou que, por ora, a chance de Nelson Piquet adquirir uma equipe — no caso o espólio da BMW, em parceria com Peter Sauber — é zero. 

Atualização: Nelsinho confirmou a saída. Chamou Briatore de “carrasco”. Ao repórter Felipe Motta, sobre os rumores de que seu pai vai comprar a BMW, disse que “não caga dinheiro”.