SÃO PAULO | Foi um treino classificatório estranho. Sei lá, chato, chocho, insosso. No dia em que Mark Webber parecia desencantar, faiô, como diria o tio do interior. Aliás, se na Austrália o torcedor tiver a mesma expectativa que aqui, tá na roça, como diria o Britto Jr. para aquele programa tresloucado na fazenda.
E é bom às vezes desfazer alguns mitos. Vez ou outra se fala que Webber é leão de treino. Pois neste fim de semana o piloto da Red Bull completa 129 corridas. Nunca conseguiu uma pole para contar história. E no ano toma de 8 a 0 no placar das classificações no grid contra Sebastian Vettel. Foi atrapalhado por Raikkonen na volta final. Acontece.
Vettel que não comemorou como sempre a pole. Não se ouviu nem sua conversa via rádio. Está ficando comum já. É a quarta na carreira.
Rubens Barrichello é segundo no grid. Algo muito melhor do que se desenhava para o fim de semana. A Brawn ficou relegada, e o brasileiro também, por ser Silverstone, casa de Jenson Button, tal. E Button sai em sexto, a pior posição em 2009.
O tal do leão de treino sai em terceiro e Jarno Trulli, outro que para quem não se dava nada, é quarto. Kazuki Nakajima em quinto mostra o quanto o treino foi esquisito.
Felipe Massa em 11º, uma surpresa pelo mau desempenho — admitiu erro na volta final —, e Nelsinho Piquet em 14º, o que não espanta nem mosca — quebrou algo no carro, disse. Lewis Hamilton, o campeão mundial, é penúltimo. Vai mal, o rapaz.
Para amanhã, sem previsão de chuva, as Red Bull devem ter certa vantagem. Vai depender, oh!, da largada. Do que Barrichello conseguir. Se for que nem na Espanha, tem chances de vitória; se repetir Austrália e Turquia, tende à execração.
Minha aposta ainda é em Webber. Confio em Pai Zulu. Mas também porque Webber foi autor da frase do ano: “Kimi estava, sei lá, bebendo vodca ou dormindo. Sei lá que diabos ele estava fazendo ali.”