Blog do Victor Martins
F1

A temporada de Barrichello

SÃO PAULO | Vi nos comentários alguns contrapontos e discussões entre os caros internautas, e é válido esclarecer alguns pontos. Porque, claro, eu preciso de audiência, tenho a ferramenta do Ibope aqui do meu lado e ganho por cada visita feita a meu blog. Sobre Rubens Barrichello: é um bom piloto, acima da média. Não […]

SÃO PAULO | Vi nos comentários alguns contrapontos e discussões entre os caros internautas, e é válido esclarecer alguns pontos. Porque, claro, eu preciso de audiência, tenho a ferramenta do Ibope aqui do meu lado e ganho por cada visita feita a meu blog.

Sobre Rubens Barrichello: é um bom piloto, acima da média. Não creio que isso seja um ponto discutível. Só que não é o caso de olhar para o passado para encontrar desculpas ou justificar o porquê de ele, em termos genéricos, estar perdendo de lavada para Jenson Button.

Aos números: Button fez quatro poles contra nenhuma de Barrichello; além. Jenson venceu seis corridas em sete possíveis; a única que não ganhou ficou com Sebastian Vettel. Em termos de voltas mais rápidas, empate em 2, mas nas outras três provas em que nenhum dos dois figurou no topo desta tabela, Button está à frente de Barrichello. Button liderou mais de 80% das provas. Na classificação geral, 61 a 35.

A corrida na Turquia: é plenamente possível fazer ultrapassagens limpas quando se tem um carro superior. É de se louvar quando o piloto arrisca, todo mundo quer isso — é como a história de que é melhor se arrepender pela ação do que pela omissão —, mas nos dois casos, com Heikki Kovalainen e Adrian Sutil, ele forçou a barra. Se fossem considerar aquela velha teoria do meio carro, em nenhuma delas, longe disso, tinha. Tanto que rodou em uma e quebrou parte da asa em outra.

A péssima corrida de hoje se deve tanto ao equipamento que deu problemas quanto ao próprio Barrichello. Uma coisa: Brawn falou que teve um problema na embreagem. Não falou que foi falha da equipe. É questão de adaptação ao sistema, disse Burti, amigo de Barrichello, na transmissão da TV. Rubens não estava em um bom dia. Muito, talvez, pela pressão — de ter a obrigação de vencer para dar uma guinada no campeonato, por ter tido novamente problemas no câmbio, por ter perdido dez posições, por ter ficado nove voltas atrás de um carro, McLaren, e um piloto, Kovalainen, inferiores.

E recapitulando a temporada, Barrichello teve reais problemas mecânicos em duas corridas. Na Austrália, teve problema na embreagem na largada, acabou quebrando a asa, recuperou-se, foi segundo. Na Malásia não houve problema — foi a chuva. Na China, falhas nos freios. No Bahrein, nada. Espanha também não houve — foi só a questão dos pits. Mônaco também não. Hoje, em tese, uma repetição do que ocorreu em Melbourne. Estes três problemas não são desculpa para 26 pontos de diferença para Button.

A temporada de Barrichello é muito aquém do que eventualmente pode fazer. E Button está melhor piloto que Rubens. Tem quem diga que no ano passado, com o carro ruim, Barrichello dava um banho. De fato, foi. E de novo, é passado. A F1 é outra e os carros são outros. Os pilotos são os mesmos. Tem quem diga que Button é o melhor piloto da F1. É discutível, mas é possível. O mesmo não se pode afirmar do brasileiro. Contra todos estes fatos, diria o filósofo, não há argumentos.