Blog do Victor Martins
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O último dos 27

SÃO PAULO | Acordei, escovei os dentes e fui para o banho e fui trabalhar, com a cabeça no que vou fazer amanhã, esquecendo um pouco no que vou fazer na semana que vem. O trabalho não fluiu hoje, muita coisa minúscula para se fazer; a maioria foi resolvida. Nunca deixei para última hora; eu gosto de uma farra, de reunir […]

SÃO PAULO | Acordei, escovei os dentes e fui para o banho e fui trabalhar, com a cabeça no que vou fazer amanhã, esquecendo um pouco no que vou fazer na semana que vem. O trabalho não fluiu hoje, muita coisa minúscula para se fazer; a maioria foi resolvida. Nunca deixei para última hora; eu gosto de uma farra, de reunir os amigos. Preferiria um jantar, uma pizza, bebes e risadas, nada de cantos nem discursos nem corte de cima para baixo do bolo. No fim, o telefone de uma moça qualquer vai resolver o problema dos famintos. Não o do meu bolso. 

Faltam seis horas, e a regressiva inconsciente começa. Bem como o filme rápido do que foram todos estes anos, da ingenuidade da infância à dureza da vida adulta, dos estudos ao trabalho, dos que já fizeram parte e dos que fazem, da rapidez do tempo depois dos 18, de evoluções e involuções, do certo e do errado, dos antagonismos e maniqueísmos, dos outros e de mim. E à meia-noite, o fim dos 27.

E no fundo é só mais um dia. Que, por mais que passe o tempo, que eu mude, que eu me empolgue ou ache diferente numa véspera, eu vou chamar de meu.